Nome Ideal
Nossas colegas de Recanto, Maria Olímpia (escreveu uma crônica deliciosa sobre Marias Aparecidas) e a Lenapena (pegou o gancho com As Marias) discorreram sobre nomes e seus modismos. Com a licença delas, vou pegar um atalho.
Tenho observado jovens pais ao escolherem os nomes de seus filhos. Muitas vezes nos perguntam se gostamos deste ou daquele e pedem sugestão, mas a teoria completa já está na cabeça. Nada de nomes que tenham apelido já tradicional. O Antonio vira Toni, ou Toninho; as Aparecidas viram Cidas; as Eunices viram Nices; os Robertos viram Beto ou Bob; os Josés viram Zé ou Zito; os Manoel viram Maneco. Não servem para eles. Querem um que não dê diminutivo. Sem se falar nas Maria das Graças ou Marias do Carmo que se transformam só em Marias pela preguiça de se falar tudo isso. Não querem também.
Bem... Aí vêm as sugestões: Helena, Laura, Milena, Thayná, Cláudia, e outras mais, todas possíveis de se colocar um “inha” na frente. Os pais são categóricos em nos dizer que não é para chamá-los pelo diminutivo, e ponto final.
Uma dessas crianças nasceu e por telefone perguntei: - “Como vai a Claudinha?” ao que a mãe respondeu: - “A Cláudia? Vai bem.”.
Será que essa mãe ou esses pais esperam que seus filhos sejam chamados pelo nome que os pais quiserem. Eles parecem não ter vivido num mundo onde a pessoas tem amigos de todas as partes e com todos seus costumes, e não cabe a nós, reles pais, dizer o que deve lhes acontecer pela frente.
Tive uma amiga na escola primária que chama todas nós de “Coisinha”. E quer saber? Funcionava! Coisinha me empresta a borracha. Coisinha me passa o livro. Coisinha vamos brincar. E ninguém se chamava Maria Coisinha.