E ELA SE FOI...
                   
 
 
Ela veio até mim... Carecia de um ombro amigo, precisava chorar suas mágoas. Conhecia o seu drama e costumava dizer-lhe, lembrando o escritor Berilo Wanderley: você mais parece um tipo perdido por ai em busca de autores. E agora, por que choras? Perguntei-lhe. – Sempre choro por amor, pela dor que me causa os que se fazem meus inimigos. Foi o que me respondeu – Então, eu lhe disse: ó caríssima, não sabes tu que ao inimigo não se pede favor? Se amas, peito aberto, amor exposto e lembre-se: desencanto ao inimigo e que os encantos fiquem contigo.Tire essas mãos do rosto, não escondas as tuas marcas, melhor seria exibi-las como troféu e que sentida não seja a dor. Vamos lá! Grita forte o teu amor! E se teu corpo é vida, que seja dado e assim permanecido. E lembre-se: ao inimigo nada se pede. Ao teu amor, seja quem for te entregues. E se existe cansaço no teu corpo, o amor cura.
 
E ela se foi... não sei se ouviu as minhas palavras. Partiu cabisbaixa, ombros caídos, passos arrastados, mais parecendo o ser de “Eterna Mágoa” de Augusto dos Anjos...
 
 
 
 
 
 
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 05/05/2010
Código do texto: T2238086
Classificação de conteúdo: seguro