CRÔNICAS
Escrever sobre assuntos sociais, políticos ou econômicos é uma faca de dois gumes. Entre a intenção do autor e o entendimento do leitor há toda uma gama de implicações. As pessoas não são iguais em sentimentos, conceitos, ideologias e vivem realidades diferenciadas. Por isso o autor corre o risco de ser interpretado de maneira diferente daquela a qual se propôs. Em período eleitoral isso fica mais evidente. Por mais que se esforce, o autor não consegue ser totalmente imparcial. É muito difícil escrever a História no momento em que os fatos estão acontecendo. Nossa visão é de "dentro", pois não somos meros expectadores. Fazemos parte do enredo, somos atores. Por isso é difícil avaliar ou emitir opiniões sobre o presente. O cronista que envereda pelo assunto sócio-político está constantemente arriscando a ser alvo de críticas e incompreensões.
Mesmo assim, talvez pela minha formação, sou uma apaixonada pelo assunto. Gosto de escrever sobre tudo o que se refere a História, seja passada ou presente. Procuro ser o mais imparcial possível e julgar as situações sob a ótica de uma expectadora. Claro que isso não é 100% possível, pois nos textos sempre existe algo do pensamento do autor. Mas, sem radicalismos, isso até é humanamente possível. Procuro nortear meus escritos pela verdade e pela justiça, as mesmas que sempre nortearam minha vida. Sou franca quanto as minhas opiniões e aceito as diferenças de idéias. E é com respeito ao leitor que as exponho e com humildade que recebo os comentários. Dialogar é bom, diferenças são necessárias. Assim vou vivendo e escrevendo prazeirosamente. Afinal, o que seria do azul se todos gostassem do vermelho?