Metáfora

Morava bem próximo de mim um velho chinês, beirando os cem anos, dotado de grande sabedoria e agilidade ainda. Tinha sua companheira que trouxera da China depois de ter contraido núpicias no Brasil. Dissera o Chim que sua mulher foi despedida porque seu arroz não era papa,grudento.

Adorava comer bolinhas de arroz e como a tal brasileira não lhe dava muita bola o tal resolveu importar de Changai uma chinezinha craque na bola. Ele ficava doidão e não queria outra coisa.

Tinha um comércio de quinquilharias eletrônica, mas seu passatempo mesmo eram as bolinhas de sua chinezinha.

Ela era mesmo uma gracinha parecia uma bonequinha de porcelana e pela a sua idade,porque era muito mais nova que o velho chim, não significava muito. Não sei o que tinha naquelas bolinhas de arroz, mas que o velho dava conta da mocinha,isso dava! O que sei!

Ela não queria saber de ninguém a não ser de fazer bolinhas de arroz é claro!

Acho até que tinha um chipe na bolinha, porque hoje em dia faz-se tudo com a eletônica.

O chinês vivia antenado pegava em tudo quanto era frequência: médias e curtas e era abusado, quando passava perto da rapaziada com sua bonequinha que todo mundo tinha olho, estufava o peito e cumprimentava no seu português arrastado. "Tô rigado!"

Agora acredito que a brasileira que casou com ele não conseguiu mesmo preparar o prato pro velhinho. Legal mesmo que todo mundo fica querendo saber o que tem naquelas bolinhas de arroz.

O português da quitanda que tem um caso com uma mulatinha do bairro veio me perguntar se eu não gostaria de fazer uma espionagem para descobrir a formula secreta do bolinho de arroz do

Chim. Ri muito pelo jeito desesperado do seu Manel. " O pá! Tu não me arranjas uns bolinhos do tal chinês? Não estou a aguentar aquela rapariga. Parece que tem parte com o demônio, nem Viagra está a me adiantar mais. Ainda bem que minha velha vive lá com suas novenas." Ri muito! Esse Brasil é mesmo o país da BOLA.