PESSIMISMO, TALVEZ... LUCIDEZ, QUEM SABE...
"Não posso pintar flores coloridas como os impressionistas porque a psicologia do mundo, hoje é sombria". (Iberê Camargo -artista plástico)
Pessimismo, talvez... Lucidez, quem sabe... Seja lá o que for, o certo é que, infelizmente, compartilho do pensamento do artista.
Por mais que eu queira colorir com palavras otimistas o presente e o que está por vir, salta aos meus olhos uma verdade desbotada incapaz de motivar uma visão positiva do que me cerca. A falta de perspectiva é o escuro de tudo.
Aqui neste meu mundo particular, as cores andam tão anêmicas, tão fuscas, que estão a empanar a minha visão. Estou vivendo um momento atroz onde não enxergo aquele à quem depositar minhas esperanças. Os que me cercam falam palavras que, não meu parco entender, não dizem neres de neres. São palavras, nada mais do que palavras que perderam o sentido, caíram no lugar-comum das palavras vãs.
Enquanto isto, pululam além muro ,os tais pintores de vanguarda que, no afã de tornar chamativas suas pinturas, andam misturando cores, talvez partindo do pressuposto de que críticos já não os temos e sim, promotores de produtos e, pelo jeito, estão pondo fé na exposição, esperando ter a aceitação imaginada. Comportam-se como os divisionistas, acreditando ser imprescindível manter uma relação exata entre as cores complementares a um tom vermelho, correspondendo outro verde, existindo entre eles uma seção de suporte. ( A justaposição das complementares dá o aspecto da "pintura de confete". E, dai, no meio deles, quem sabe...,talvez acreditem no surgimento de um novo Seurat.
E, diante do lusco-fusco fico pensando naquele que libertou a cor, o paradoxal Vincent van Gog, que disse: "Eu não quero pintar quadros, quero pintar a vida". E, embora dissesse que encontrava dentro dele uma harmonia e uma musicalidade calma e pura, no início de sua carreira os quadros que pintava eram pesados e escuros, pois transmitiam a realidade que o pintor via, e esta era sombria e cinzenta.
Por isto, e por muito mais , quando me prometem o céu, a lua e as estrelas ,eu olho pra cima e se o que vislumbro é um céu sombrio, cinzento ,desconfio do presente, embora quem me prometa se apresente harmônico, musical, calmo e puro.
ps: pintura de Georges Seurat - "Domingo à Tarde na Ilha de La Grande Jatte".
"Não posso pintar flores coloridas como os impressionistas porque a psicologia do mundo, hoje é sombria". (Iberê Camargo -artista plástico)
Pessimismo, talvez... Lucidez, quem sabe... Seja lá o que for, o certo é que, infelizmente, compartilho do pensamento do artista.
Por mais que eu queira colorir com palavras otimistas o presente e o que está por vir, salta aos meus olhos uma verdade desbotada incapaz de motivar uma visão positiva do que me cerca. A falta de perspectiva é o escuro de tudo.
Aqui neste meu mundo particular, as cores andam tão anêmicas, tão fuscas, que estão a empanar a minha visão. Estou vivendo um momento atroz onde não enxergo aquele à quem depositar minhas esperanças. Os que me cercam falam palavras que, não meu parco entender, não dizem neres de neres. São palavras, nada mais do que palavras que perderam o sentido, caíram no lugar-comum das palavras vãs.
Enquanto isto, pululam além muro ,os tais pintores de vanguarda que, no afã de tornar chamativas suas pinturas, andam misturando cores, talvez partindo do pressuposto de que críticos já não os temos e sim, promotores de produtos e, pelo jeito, estão pondo fé na exposição, esperando ter a aceitação imaginada. Comportam-se como os divisionistas, acreditando ser imprescindível manter uma relação exata entre as cores complementares a um tom vermelho, correspondendo outro verde, existindo entre eles uma seção de suporte. ( A justaposição das complementares dá o aspecto da "pintura de confete". E, dai, no meio deles, quem sabe...,talvez acreditem no surgimento de um novo Seurat.
E, diante do lusco-fusco fico pensando naquele que libertou a cor, o paradoxal Vincent van Gog, que disse: "Eu não quero pintar quadros, quero pintar a vida". E, embora dissesse que encontrava dentro dele uma harmonia e uma musicalidade calma e pura, no início de sua carreira os quadros que pintava eram pesados e escuros, pois transmitiam a realidade que o pintor via, e esta era sombria e cinzenta.
Por isto, e por muito mais , quando me prometem o céu, a lua e as estrelas ,eu olho pra cima e se o que vislumbro é um céu sombrio, cinzento ,desconfio do presente, embora quem me prometa se apresente harmônico, musical, calmo e puro.
ps: pintura de Georges Seurat - "Domingo à Tarde na Ilha de La Grande Jatte".