Histeria (Des)Cultural
Esses dias eu estava lendo algumas notícias que de certa forma me revoltaram.
A primeira, era sobre a chegada do Justin Bieber, rapper canadense de 16 anos, na Austrália. Num aeroporto lotado de fãs, ao descer do avião ele teve seu boné roubado, e as fãs histéricas chegaram a derrubar a sua mãe, que o acompanhava.
A outra notícia vi em um vídeo no Youtube. Fãs do Restart, num show em São Paulo, causaram tumulto e entraram em “pânico” por que a banda não compareceu. Alguns passaram mal, houve alguns machucados e etc, tudo isso, por que a banda não compareceu.
Tais fatos me fizeram pensar, e eu chego à conclusão que tenho nojo da geração na qual vivo. Nojo de fãs histéricas(os), que fazem tudo o que é possível por pessoas que nem as conhecem. Nojo pela falta de gosto dessas pessoas, que prestigiam certos movimentos culturais que não vale à pena nem mencionar, e se esquecem completamente das boas músicas e culturas do nosso Brasil, e do mundo em geral.
Eu também gosto de várias bandas, gostaria de ir ao show de diversas delas. Mas, assaltar os integrantes? Gritar até ficar rouco por causa delas? Fazer tudo isso, chorar, vandalizar e espernear como uma criança sem chupeta por causa de pessoas que não sabem meu nome? Eu acho que não. Um autógrafo seria o suficiente para mim.
Tenho nojo da falta de noção dessas pessoas. Tenho aversão do tempo em que vivo. Gostaria que as pessoas lembrassem que há coisas mais importantes do que ídolos e divas da música. Gostaria que às pessoas lembrassem, que tudo que os músicos fazem, é música. Se há algo que se deve exaltar neles, é o seu trabalho e seu caráter, quando esse existe. Músicos não são deuses. Sangram, choram e sofrem como seus fãs.
E nenhum, por melhor que seja, merece ser tratado a berros e gritos de uma histeria fundada apenas na falta de cultura dos seus “fãs”.