"SÓ PODE ENTRAR COM PRESENTE" Crônica de: Flávio Cavalcante

SÓ PODE ENTRAR COM PRESENTE

Crônica de

Flávio Cavalcante

Se sair contando por aí, ninguém vai acreditar. Eu sei que a situação do país não está nada fácil. A luta pela sobrevivência é uma grande batalha e um grito de guerra SALVE-SE QUEM PUDER.

Hoje em dia segundo alguns trouxas tudo é evolução do tempo ou mesmo alguns espertalhões que aproveita a onda da melhoria pessoal do homem na intenção de se dar bem, inventando tais modas, onde eles mesmos sejam os beneficiários.

Fiquei chocado ao receber semana passada um convite de casamento, onde vinha cravado uma observação com letras reluzentes e desaforadamente uma agressão nas linhas que me deixou estupefato. Fui convidado para o tal evento, mas a exigência de que o presente estava na loja tal e era só procurar o vendedor fulano de tal, para ser bem atendido. Ainda completando a ressaltar nas entre-linhas que eu fosse correndo escolher, pois as opções dos presentes mais baratos estariam se acabando.

Fiquei pensando na tamanha cara de pau da pessoa que me convidou, não, pelo fato do presente em si, mas, pela forma de deboche como aquilo foi escrito. Vim de uma época que não se usava destes artifícios para montar uma casa na intenção de um casamento com a pessoa amada. Os convidados do matrimônio eram meras pessoas que o casal considerava e se dava o presente de acordo com o situação financeira que se encontrava o convidado no momento. Muitas vezes até nem dava presente, Hoje em dia você é intimado a comparecer com o presente que os noivos escolheram. Você ao chegar na loja determinada pelo casal de pombinhos, o vendedor já abre logo aquele sorriso, pois sabe que comissão na certa. Entre eles há até uma guerrinha de concorrência para segurar o cliente quando procura a loja pra ver se está nos padrões do casamento. A relação do que o casal precisa pra montar o lar é passado para o gerente da loja e um funcionário digitaliza para facilitar na tela quando convidados desenformados forem compra intimado presente.

E além de casamentos tudo virou motivo de ajudar á tirar a pessoa do sufoco. A escolha do que está precisando é certa e a loja também já de primeira escolha assim que se inventa o tal evento.

Os jovens irresponsáveis do tempo atual, não se preocupa muito com seriedade dos atos praticados e ao começar á namorar fica desprovido de qualquer cuidado para evitar uma gravidez sem programação. E logo no hoje em dia que a prevenção marca a sua presença de forma eficaz e taxativa.

Acontece a gravidez, fruto da irresponsabilidade, muitas vezes na condição de ainda serem estudantes. Quando não aborta intencionalmente, passa logo a bola para os pais, que recebem logo o primeiro presente para criar, estes por sua vez faz logo a relação dos convidados para o chamado chá de bebê, abusando também da tal evolução, escolhendo a loja onde obrigatoriamente estão os artefatos que o novo bebê está precisando.

Hoje em dia ficou mais fácil o cidadão casar. Falta só também exigir o imóvel de presente e qual a imobiliária que o convidado deverá comprar.

Antigamente tudo era programado e quando o casal se dispunha a fazer uma cerimônia ou um evento destes, o noivo suava para quando chegar no dia do casamento já está com a casa montado. Mas hoje a tradição virou baderna e os convidados acabam entrando no jogo, vendando os olhos para a exploração.

Por que é que o convidado, que deveria ser omisso dos problemas particulares finaceiros, são intimados, por causa de um mero pedaço de bolo á montar uma estrutura que deveria ser responsabilidade do casal?

COMIGO NÃO TEM VEZ

- FIM -

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 03/05/2010
Reeditado em 03/05/2010
Código do texto: T2235528
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.