Imagem do meu arquivo pessoal
BEBO GOLES DE AMOR NO CAFÉ DA MANHÃ...
Bebo goles de amor enquanto saboreio minha xícara de café com leite quente. Presente de amor dos filhos adocicados que a vida me deu. Leio os dizeres na xícara - Mamãe, eu te amo - e absorvo cada intenção nas palavras com olhos marejados de emoção. Por dentro, em meu coração, sentimentos fortes e aquecidos como o café que degusto. É suave ser mãe.
O objeto ofertado é singelo. Mas, só eu sei o valor que possui. Preço nenhum cobre. Loja nenhuma vende. Amor não se vende por aí. Se disserem o contrário, pode saber que não é. Amor pago é luxúria.
Ser mãe vai além da alegria estampada na face e no sorriso de felicidade quando o filho salta do ventre para os braços. Maternidade é tarefa diária, complexa, responsável. Não! Ser mãe não é fácil. Requer abdicação, resignação, doses generosas de carinho e exercícios diários da paciência, além de outros atributos que a mulher adquire e descobre quando se torna mãe.
Depois dos filhos, mãe sofre ou sorri por dois ou três ou quatro ou depende do número de filhos que se tenha. Mãe afaga os cabelos, beija e aperta as bochechas, dá colo e briga. Sim! Mãe briga, sim. Mãe que ama zanga, levanta e engrossa a voz. Mãe briga com o filho pelo filho! Briga para um filho não ir para criminalidade ou não ser dominado pelos vícios do álcool e das drogas. Briga para que não se perca no mundo de prazeres promíscuos.
Amor materno é imensurável, singular e incompreensível. Aliás, a maternidade é uma eterna incompreensão! Logo que a criança nasce até que aprenda a falar, a mãe padece por não entender o que seu filho quer. Se é fome, sede, dor ou apenas aconchego de um colo. É aí que entram os talentos da paciência, da observância, da compreensão, da dedução. Nessa hora a verdadeira mãe aflora, desabrocha e vai colhendo frutos desse amor chamado dedicação.
E, quando o filho já crescido, onde a juventude o deixa mergulhado em silêncio inquietante, a mãe sente-se perdida, impotente por outra vez não compreender o que se passa em sua cabeça na idade da rebeldia. Todavia, já então experiente, atenta aos sinais do filho, a mãe usa da melhor fórmula capaz de resolver os mais difíceis e complicados problemas. Utiliza-se da linguagem do amor quebrando silêncios, rompendo barreiras, dissipando diferenças. Deste feito consegue ter em seu colo o filho crescido que para ela, por toda a vida, será o seu menino.
Enquanto mãe, procuro usar a linguagem do amor. Não abrindo mão do pulso firme quando preciso. Nem de brigar por eles, se necessário. Mesmo que meus filhos achem que exagero em mimos, que os cerco de cuidados, em seus gestos e olhares para mim, sei que bem lá no fundo do coração, secretamente eles sussurram: “Ela é enjoadinha, chatinha, mas transborda de amor por mim”. Porém, não sabem que, na verdade, sou eu quem me sinto tão amada por eles!
Sim. Ser mãe não é fácil! No entanto, é imensamente compensador...rs