Meus queridos filhos, resolvi escrever-lhes mais esta carta que pretende evitar uma outra que será de despedida. Sei que já não é a primeira mas prometo não vos incomodar por muito mais tempo. Começo a ficar gasta. E também um pouco agastada com este cansaço que não tem suscitado da vossa parte a atenção que julgo merecer. Não será justo ter expectativas de receber, nem que seja o mínimo de consideração, quando o que vos dei foi a vida? Seria uma troca em que ainda assim ficariam a ganhar.
Quando vos digo que sinto algo radicalmente alterado nas profundezas do meu ser denoto da vossa parte a mais gélida indiferença. E no entanto já testemunharam a violência das minhas convulsões. A força das minhas descargas de expectoração. A febre intensa e contínua que me vai consumindo aos poucos. Imaginam que não sentiriam a minha falta?
Por algum instante passa por essa vossa cabeça de vento, sempre na lua, que bastará um clique para continuarem sem mim? E o vossos filhos? Desviarão os olhos dos ecrãs gigantes das bolsas de valores, dos carros descapotáveis topo de gama, dos estofos de pele dos comboios de alta velocidade, dos flutes de champanhe servidos em primeira classe dos aviões que cruzam os oceanos, para pensar um breve minuto nessas crianças frágeis e inocentes? Decidiram já o futuro da geração que começa agora o início da sua incerta marcha?
A vossa apatia é petulante e patética. O vosso desprezo não é mais que o fraco orgulho nas vossas próprias energias. Acham talvez que não merecem mais tempo. Desistiram de mim. Renunciaram a vós mesmos.
É com mágoa, preocupação e angústia que vos faço um derradeiro apelo: acordem para a vida!
Vossa mãe, que tanto vos estima: Gaia-Terra.
Quando vos digo que sinto algo radicalmente alterado nas profundezas do meu ser denoto da vossa parte a mais gélida indiferença. E no entanto já testemunharam a violência das minhas convulsões. A força das minhas descargas de expectoração. A febre intensa e contínua que me vai consumindo aos poucos. Imaginam que não sentiriam a minha falta?
Por algum instante passa por essa vossa cabeça de vento, sempre na lua, que bastará um clique para continuarem sem mim? E o vossos filhos? Desviarão os olhos dos ecrãs gigantes das bolsas de valores, dos carros descapotáveis topo de gama, dos estofos de pele dos comboios de alta velocidade, dos flutes de champanhe servidos em primeira classe dos aviões que cruzam os oceanos, para pensar um breve minuto nessas crianças frágeis e inocentes? Decidiram já o futuro da geração que começa agora o início da sua incerta marcha?
A vossa apatia é petulante e patética. O vosso desprezo não é mais que o fraco orgulho nas vossas próprias energias. Acham talvez que não merecem mais tempo. Desistiram de mim. Renunciaram a vós mesmos.
É com mágoa, preocupação e angústia que vos faço um derradeiro apelo: acordem para a vida!
Vossa mãe, que tanto vos estima: Gaia-Terra.