Sou do Tempo
Em que bala perdida, era tão somente uma que escapulia de um bolso furado nas calças, e jaqueta era japona, goleiro- gol keeper, taxi- carro de praça, escanteio- off-side, roleta de ônibus- borboleta, Sujeito de físico avantajado – Max Bayer. Não se dizia fazer amor, o ato tinha outros nomes, mesmo porque amor não se faz. Ele brota espontaneamente nos corações sem perguntar se o queremos ou não. Faz-nos mais loucos e mais sábios, mais ternos, mais anjos. Sou de um tempo em que o medo era de almas penadas e assombrações, não dos vivos muito menos dos meninos, pobres meninos. Sou de um tempo em que se levantasse a mão para a mãe ela secava, e palavrão não era palavrinha, se abrisse sombrinha dentro de casa a mãe morria. Sou do tempo em que as pessoas acreditavam que as lutas livres na televisão eram de verdade e que teia de aranha e picumã serviam para curar umbigo de recém-nascido sem dar tétano. Sou do tempo em que se conquistava uma mulher pelo olhar e visse-versa, não pelo currículo. Sou do tempo em que família de sete filhos não super povoava o planeta e o serviço meteorológico era a folhinha de Mariana. Éramos mais rudes, quase nada de tecnologia, mas céus éramos felizes e sorríamos mais...