AO ENCONTRO DE NOVO AMIGO

(Ao encontro de um novo cão)

Certa vez, recebi o telefonema de um cunhado indagando-me se eu gostaria de ganhar outro cão pastor alemão, não titubeei e disse claro que quero. Então combinamos o dia e à hora de ir ao local ver e pegar o cachorro.

Fui eu e meu cunhado numa perua Kombi em busca do cão a ser doado. Encontramos a casa e logo uma senhora veio nos atender e sabendo de nosso interesse pelo cão foi logo avisando, o cachorro é muito bravo, cuidado a gente não se responsabiliza, viu moço.

Eu concordei e pedi autorização para ir até o quintal da casa, nos fundos. A situação eu já conhecia, lá estava um lindo cão, de aparência pouco amistosa, nervoso e disposto a mostrar seus fortes dentes.

Da mesma forma que eu havia experimentado com o Rhoss, meu cão anterior que morrera enforcado, aproximei-me dele e estendi minha mão oferecendo um pedaço de pão que sua dona havia me dado. O pão em minha mão não lhe atraiu muito não, pois quanto mais me aproximava mais raivoso latia. A situação era a mesma que eu já presenciara, preso junto a um tronco de árvore com uma forte corrente ao relento devia estar ali há muito tempo sofrendo.

Não desisti e continuei tentando acalmar aquele cão apenas estendendo minha mão até que ele foi se acalmando, e até resolveu comer aquele pedaço de pão. Eu pacientemente aguardei por alguns minutos e depois continuei a me aproximar. Foi ai que percebi o animal já calmo e permitindo que eu acariciasse sua cabeça. Comecei a afagar seu pescoço e logo me encorajei a soltá-lo daquele tronco trazendo-o para junto de mim e num gesto convidativo a sair ao que fui correspondido.

Diante de todos que se escondiam num canto da casa, com as portas fechadas eu dirigi-me até ao veículo que estava em frente da casa e entrei e sentei-me no banco traseiro colocando o cão sentado ao meu lado o qual quase numa atitude de gratidão respirava ofegante, com a língua de fora, ora me olhando ora encarando as pessoas boquiabertas lá fora.

Assim nos despedimos de sua já ex-dona e seguimos viagem para casa. Acabava de ganhar um novo amigo, o Duque, e a felicidade estava estampada em ambos.