AMANHECER

Pisei fora do portão, e naquele momento, a súbita ventania começou a varrer galhos e folhas das árvores desmanchando nuvens. A chuva de vento varreu o quintal de um canto a outro. Zeus, nosso hotwiler, correu para os fundos da antiga garagem agora vazia, enroscou-se sobre si mesmo para voltar a dormir enquanto o barulhinho dos pingos no telhado o embalavam. Dois passarinhos cinzentos de papo amarelo pousaram no murinnho da entrada, sacudindo asas e chilreando felizes com o inesperado banho de chuva logo ao amanhecer. Olhei o espetáculo da ventania e da chuva que varria o quintal em todas as direções e sentei para apreciar melhor. O dia apenas começava.

MCC Pazzola