VIVÊNCIA

Saber esperar não é fácil e precisamos fazer algum esforço para aprender. Quando somos jovens, nossas aspirações geralmente tornam-se motivo de nervosas expectativas e nem sempre sabemos administrá-las. Passados alguns anos, talvez

por estarmos calejados com as frustrações ou mais experientes

devido aos avanços bem sucedidos, sentimos o quanto vale saber esperar e, principalmente, não antecipar vitórias ou derrotas. Creio que esta é a “experiência” tão apregoada em relação aos idosos.

Vivência, corrijo eu: apenas vivência...

Esta vivência se manifesta, também, nas comparações que podemos fazer relativamente a épocas, como se fossem “sinais dos tempos”.

Ainda ontem, comentando texto de um amigo virtual, aqui mesmo, neste Recanto das Letras, relembrei que recebíamos, na escola, uma pequena cartilha “Moral e Civismo”, onde havia noções de higiene pessoal; ensinava que devíamos “conservar nossa direita” ao caminhar nas ruas movimentadas; não jogar papel no chão e outras noções sobre civismo. No entanto, não lembro de nada que sugerisse preservação da natureza. Isso há mais de sessenta anos.

Lamentavelmente, minha geração não herdou uma boa “vivência” no que se refere à ecologia; muito ao contrário, foi uma geração ávida por derrubadas – para construir; extração dos sólidos e líquidos que formam o cerne da Terra – para alimentar suas vaidades e não apenas para suprir suas necessidades; realizar verdadeiras blindagens no solo - sufocando, assim, a livre absorção.

Então, quando acontecem fenômenos climáticos, tsunamis, erupções vulcânicas, terremotos e outras manifestações do gênero, quase simultâneas, os arautos do Apocalipse promovem

verdadeiro “circo dos horrores”, geralmente invocando Deus como o culpado.

(Importante ressaltar que sou atéia, mas reconheço o absurdo dessas colocações).

Voltando às minhas considerações, gostaria de acertar quando dou crédito às gerações que estão sendo formadas, mais conscientes dos perigos que foram forjados, paulatinamente pelos insensatos do “meu tempo”.