“A pior decisão é a indecisão”.

“A pior decisão é a indecisão”. Benjamin Franklin

Fui ver Chico Xavier, o filme atraído pela propaganda. Desde muito tempo, Chico Xavier despertou minha atenção e curiosidade. Lembro a revista O Cruzeiro, li David Nasser acusando-o publicamente de charlatão e coisas piores. Ouvi muitos dos seus defensores exaltando-o como homem caridoso e santo, que se comunicava com os espíritos. Sempre impressionou-me a resistência física daquele homem franzino de ar doentio a escrever sem interrupção durante sete ou oito horas, de olhos fechados, sobre folhas e mais folhas em branco da altíssima pilha sobre a mesa ao seu lado. Sem parar sequer para pensar um instante a cada nova mensagem. Já madrugada parava, sem cãibras ou cansaço aparente, encerrando a sessão com uma oração e levantando-se para atender sorridente, um a um, os presentes que desejassem aproximar-se.

No filme, o ator Ângelo Antonio representando-o na mocidade retratou com fidelidade esse sorriso e seu olhar. Bondade, ternura, compreensão e acolhimento a todas as fraquezas e desamparo do sentir humano. A história é contada em ‘flashes’ inseridos na entrevistas do próprio Chico, em meados do século passado. Pela reação da plateia, o grande impacto foi a apresentação da carta de um jovem vítima fatal de um desastre, atendendo à solicitação do avô, que ele afirmava estar ao seu lado. Nessa folha de papel, psicografada por Chico, estava um recado para o pai do rapaz, ateu confesso. O velho lhe lembrava o último encontro no hospital em suas últimas horas de vida, e, no segredo de família que lhe confiara em sigilo. Presente, o pai constrangido e estupefato, ao lado da esposa confirmou o fato.

No relato da vida do médium, porém, foi omitido algo importante que, na época, acompanhei pela imprensa. No lançamento do livro Parnaso de além-túmulo com poemas de inúmeros autores brasileiros, membros da Academia Brasileira de Letras, intelectuais, estudiosos e profundos conhecedores da literatura nacional, daqui e do exterior, juntaram-se para estudo e confronto dos estilos de cada autor, chegando à conclusão de que a autoria dos versos era autêntica. Poderia um único escritor, por mais genial, reproduzir fielmente estilos e linguajar tão diferentes e marcantes?

Como aceitar ou recusar a comprovação de evidências tão em desacordo com o raciocínio frio e objetivo da razão?

O filme sobre Chico Xavier comprova que o homem, em sua maioria, ainda acredita e deseja o bem como regra de convivência com seus iguais. Saturado do mal, indigestamente imposto pelo noticiário dos acontecimentos de nosso dia a dia.

O lado nobre e generoso do proceder dos homens deveria merecer mais destaque na mídia. Para não esquecermos que o ser humano pode amar, compreender e perdoar com generosidade e bondade. Não é este HOMEM DIABO (animal indomável) que convivemos e do qual fugimos com medo.

evilazioribeiro
Enviado por evilazioribeiro em 01/05/2010
Reeditado em 15/12/2010
Código do texto: T2230344