Meu Primeiro de maio
Primeiro de maio - Dia internacional do Trabalhador!
Dia de refletir: O que fazer? Comemorar? Participar da festa dos restos que dispensam para nós? Sentar à mesa, sorridentes para participar do banquete show que nos prepararam? Viva a democracia que compartilha conosco a sobra do que produzimos: a riqueza açucareira dos Usineiros descendentes de Duarte Coelho; o espaço nos shoppings cheios de vitrines inatingíveis para tantos, mas que alimenta o nosso sonho de consumo... um dia chegaremos lá!
Prefiro refletir de outra forma: sou engrenagem gasta da máquina de enriquecer patrões; sou mola que não mais estica, sou serrote sem dente, formão que não entalha, sou trabalhador que se vê manipulado ora pelos governos, ora pelos patrões e que não alimenta nenhuma esperança de que a ajuda virá, pois o que vejo a cada dia é todo um aparato contra o meu crescimento. Reciclam-me para que renda mais, para que produza mais, para que enriqueça mais aos outros.
Nesse primeiro de maio, o meu sonho é ver a massa indignada fazer valer sua voz, tomar o seu devido lugar, exigir respeito, mostrar sua força com a união de todos os seguimentos produtivos. Declarar que o futuro que merecemos não deve ter meio termos, pois somos muito, somos tantos, somos trabalhadores.