E AGORA, PARA ONDE VAMOS?
Vi com espanto a seguinte observação do marqueteiro Duda Mendonça: deixem a Dilma ser como ela é. Confesso que estranhei tal conselho, partindo logo dele, pois todos sabemos que sua especialidade é nos vender gato por lebre. Sabe-se, por outro lado, que o Presidente Lula não está satisfeito com a postura da sua candidata, sobretudo com a sua forma de comunicar-se com o povo. Ora, sem querer fazer proselitismo, acho-a uma sargentona de saias. Mas, se ela é a outra opção que nos oferecem, fazer o quê! É muito triste, para um país como o nosso, que se diz democrático, não dispor de vários candidatos como opção para a presidência. Onde estão as nossas lideranças? O que estão fazendo as escolas e as universidades que não formam líderes? Infelizmente, instaurou-se entre nós um pragmatismo desmedido. Já não sonhamos, apalpamos. Já não pensamos, agimos. Filosofia! Pra que isso? Dizem que filosofia não enche barriga de ninguém. Enquanto isso, ficamos abismados com o quadro que se nos apresenta. Ou seja, em lugar de eleição teremos um plebiscito. Com o nosso voto, em vez de escolhermos um candidato, dizemos sim ou não ao governo Lula que se perpetuará ou não. Será que, mesmo aprovando o governo Lula, não tenho o direito de eleger outro candidato que seja do meu gosto. Que tenha ideias coincidentes com as minhas. Que sonhe com um Brasil melhor para todos. Que não promova a divisão de classe. Que trate o cidadão com dignidade, oferecendo-lhe uma oportunidade de trabalho em lugar de esmolas. Saibam que, mais cedo ou mais tarde, essa legião de mendigos das bolsas disso e daquilo irá cobrar do governo um aumento de suas esmolas, pois não conseguiram ser inseridas no mercado de trabalho. E aí, o que o governo vai fazer, se criou uma nação de mendigos oficiais? Que é preciso fazer alguma coisa para diminuir as desigualdades, nisso todos concordam. Só que tal transformação deve ser feita com respeito às diferenças. Não podemos passar uma régua e querermos que todos sejam iguais, pois não são. Isso não existe em lugar nenhum. O governo deve adotar o verdadeiro sentido do princípio da igualdade, qual seja: tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente. Ninguém desconhece que somos diferentes uns dos outros. Que temos capacidades e limitações as mais variadas. E, como tal devemos ser tratados.