O próprio velório

Aquele velório tava um sarro.

O viúvo, que passou a vida inteira traindo sua esposa, agora fazia aquele drama, dizendo que a amava mais que tudo. Os “amigos”,aquele bando de ingratos,passaram a vida falando por trás. Diziam que ela era uma louca, por estar casada com um cafajeste que a traia em publico, sem escrúpulo algum. As “amigas”, cambada de filhas da puta, metade deu para o marido e a outra metade, que eram feias pra caralho, desdenhavam dele, aquelas despeitadas!

Argh!

A sogra, uma baita megera, no dia do casamento cochichava com as filhas que queria que o filho casasse com uma pessoa melhor...

Melhor?! Hunf.

Foi esposa dedicada e apaixonada, fazia tudo pelo marido, mãe zelosa trabalhava em três escolas para poder dar uma vida boa aos filhos, já que seu marido ganhava mal pra cacete.

Os filhos tinham de tudo, escola particular, internet, TV a cabo, roupas caras, e empregada para limpar a casa e deixá-los estudar,como pensava a mãe que o faziam.

Passavam a maior parte do tempo, com suas namoradas, trancados em seus quartos, ou em festas “Raves”. Diziam para a mãe que iam estudar para serem advogados e médicos, e que passariam o fim de semana na casa dos amigos, “ESTUDANDO”.

Sei!

Pobre mãe essa que acreditava nas desculpas esfarrapadas do marido para não lhe dar carinho no fim de semana e na dos filhos.

Porcaria de família que a deixavam sozinha sempre.

Se tivessem sido boas pessoas, perceberiam que Fabiana estava doente, e que logo teria um infarto.

Era sábado e ela estava sozinha como sempre. Marido estava no bar e os filhos ido “Estudar”.

Sentiu-se mal, e não tinha ninguém para socorrê-la.

Seu peito começou a apertar e sua palpitação estava acelerada, o mundo foi ficando escuro e quando deu por si, estava sentada, vendo aquele bando de hipócritas no seu velório.

Fabiana Alves Chaves Ferreira
Enviado por Fabiana Alves Chaves Ferreira em 29/04/2010
Reeditado em 31/05/2010
Código do texto: T2226989
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