NA ONDA DO VAMPIRO

Chega! Cansei! Assumi! Agora é pra valer mesmo. Sou um vampiro! Que me desculpem os adoradores de alho, bugalhos, baralhos, ca--lhos, os ensacadores de água benta, farinha de trigo dona benta, os com mais de quarenta, eu do inicio dos anos cinqüenta, beirando os sessenta, vejam se me agüentam. Entrei na onda. Fiz um curso avançado pelo famoso (I>U>B>) com carteirinha com foto colorida, mostrando no canto esquerdo da boca o filete de um vermelho intenso, tão almejado e tão idolatrado por olhos que buscam a identificação absoluta e resoluta da comunidade.

Nem os fazedores de cruz, os cruz-credo, os crisântemos, as crisândalias, os crístimos, não terão em mãos a mágica tão necessária para que eu mude de opinião. Olhando pelo meu lado mais fotogênico, até que eu fico bem na fita. A capa preta com cetim vermelho por dentro, completa o quadro mais look do momento. Nem Boris Karloof(aquele que fez a voz no disco do Michael) consegue atingir os meus graves. Os olhos profundos e magnetizadores atingem aquele pescocinho tão alvo, com uma leve penugem que se irriga quando sente a proximidade dos dentes alvos e pontudos iniciando a transferência do liquido com aquele fator RH, alterando os meus glóbulos vermelhos mas, aceitando a nova química ao qual é submetido. Os olhos reviravoltos na imensidão de prazer e desfalencia, sucumbe ao momento quase erótico que faz com que a deixe ao êxtase maior, deixando seu coração ofegante a mercê da mordida fria, gelada que percorre suas veias, aproveitando que a lua moldura sua rosto, sua expressão de gozo infinito. Como não devia me tornar um vampiro? Se pra cada rosto, cada face, cada pedido contido naqueles olhos famintos, ingênuos, suplicava a mim que a tornasse mulher, minha mulher, seu homem, seu vampiro. Não poderia ficar alheio, insensível, ignorante ao novo sentimento, a nova sensação. A nova possibilidade que nos permite nos tornarmos mais sedutores, mais aconchegantes, mais enigmáticos se a onda do momento é mágica. Em cada lua cheia que visita a terra, os olhares elevam-se as alturas e cumpro meu ritual de consagramento ao qual fiquei um expert e não tenho tido negativas a cada investida, já que elas são de um consentimento, do qual não é necessário palavra alguma para o sim que sai diretamente dos olhos.

É pessoal, entrei na onda. Acho até que já incorporei esse novo personagem(rsss).

Detentor de um poder que me permite andar sobre as águas, passar pelo fogo, controlar os furacões, avalanches de neve e tsunami, construo meu castelo sobre a colina mais alta que me fornece uma visão privilegiada. As arvores altas que circundam minha propriedade, compõe o coro desejado quando a brisa sopra a copa das arvores, invocando um som sedutor que atinge os ouvidos femininos, deixando seus neurônios em alvoroço, necessitando que algo ou alguém consiga apazigaá-los.

Por hoje basta. Não quero que minha identidade seja conhecida, apenas apreciada, esperada, guarnecida de apelos.

Para a próxima semana, novas investidas e novas aventuras do mais novo vampiro’ made in brazil’, que firmou presença no recanto das letras.

Saudações vampiristicas a todos. Vuuuuuuuuuuuuuu.

Di Camargo, 28/04/2010

Di Camargo
Enviado por Di Camargo em 28/04/2010
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