A VIDA E OS MEDICAMENTOS
Tento esquecer o que houve com a minha mãe, mas muitas coisas contribuem para que eu me lembre dela constantemente. Em primeiro lugar, tudo aconteceu há muito pouco tempo; portanto, torna-se impossível o esquecimento. Em segundo lugar, as próprias datas me levam a recordar. Hoje, 28 de abril, faz um mês que ela faleceu. No dia 3 de maio, se viva estivesse, ela estaria aniversariando. E em seguida virá o Dia das Mães, próximo domingo, 9 de maio. Essas datas fazem com que eu sinta a dor de uma saudade enorme, me levam às lágrimas a qualquer hora e em qualquer lugar.
"Essa dor vai passar", todos dizem para mim, mas está difícil segurar tanta emoção, tanta lembrança, tanto pensamento e tanta sede de entendimento. Afinal, ainda penso que minha mãe foi mais uma vítima dos chamados erros médicos, da displicência de equipes de hospitais particulares, tidos como melhores do que os públicos... mais uma vítima dos remédios receitados sem controle, mais uma vítima dos anticoagulantes, os quais, penso eu, são muitas vezes desnecessários ou passados sem um acompanhamento adequado.
Sim, é preciso ter muito cuidado com os anticoagulantes. Eles raleiam o sangue e este extravasa dos vasos, das veias, com a maior facilidade. Tudo precisa ser muito bem controlado. E o médico que está cuidando do paciente precisa explicar aos familiares cada passo, cada fase do processo de tratamento, cada etapa dos exames que precisam ser feitos periodicamente. O sangue fino, ralinho que os anticoagulantes deixam, faz com que a pessoa fique debilitada, anêmica, sem coragem para fazer nada. O pior é que pode levar à morte, de uma hora para a outra, de um minuto para o outro. Infelizmente, foi o que aconteceu com a minha mãe.
Quando receitados por profissionais da medicina oficial (alopática), mas sem o devido acompanhamento médico, os anticoagulantes são um mal na vida de qualquer pessoa. A dosagem precisa ser muito bem adequada, é preciso que o tratamento seja constantemente revisto. Quem necessita tomar, é claro que deve fazer uso desses medicamentos, mas o controle por parte do médico deve ser severo. Caso contrário, é risco sério de morte para o paciente.