Seu computador é um lixo ou um luxo?

Quando eu publiquei a primeira crônica nas Crônicas do Imperador eu usava o potente e moderno Pentium 3, um desktop com monitor VGA de 15 polegadas e 50 Gb de HD e 256 Kb de memória; para transportá-lo era uma mão de obra violenta. O tempo foi passando e eu me vi na obrigação de trocar meu brinquedo escrevedor por um Pentium 4, que era ainda mais veloz e bonito. Mais tempo à frente eu não pude resistir ao notebook e cai de cabeça nos mimos da Dell com seu AMD Athlon.

Depois que sai das garras da Dell e seus componentes estranhos e difíceis, fiquei refém em duas oportunidades da Acer, primeiro com um AMD e depois com um Dual Core, até finalmente aderir à moda do Core 2 Duo através do Pavilion da HP. O DV 2640 me acompanhou por um ano e me fez escrever milhares de páginas que foram publicadas em vários cantinhos remotos da internet e foi ele quem me abriu, finalmente, a cabeça para a mudança tecnológica e as armadilhas que tudo isso pode trazer.

Eu nunca pretendi acompanhar em Real Time as mudanças da tecnologia, até mesmo, porque isso é muito caro e minhas necessidades são meramente por vaidade, afinal de contas, para editar um texto e comprimir algumas imagens que fazem parte de meu trabalho, com um pouquinho mais de esforço aquele primeiro Pentium serviria tranquilamente, mas estamos no Século 21 e num país que já aderiu à globalização; hoje é muito mais fácil acompanhar a modernidade do que há sete anos; isso mesmo, há sete anos eu começava a publicar as primeiras crônicas ainda no Blogger; parece que já se passaram pelo menos 20 anos!

Hoje eu aderi mais uma vez aos encantos da HP e seu Pavilion DV4, quem vem a ser a evolução de meu último notebook; com processador Intel Core i3, Windows Seven e confortáveis 4 Gb de memória e 1 Tb de HD; se fizermos um pequeno comparativo com esta máquina de hoje, que não é a melhor do planeta, com aquela primeira que escreveu as primeiras crônicas, a de hoje possui pelo menos 20 vezes mais espaço em HD e 16 vezes mais memória interna; já quanto ao preço, o desktop Pentium 3 era muito mais caro do que este moderno notebook!

Agora, já testando a novidade das “janelas” do Gates e esta nova família de processadores, além de ter que começar a me acostumar com o novo Terabyte (mil vezes o giga byte), escrevo pela primeira vez em muitos anos com uma máquina 100% moldada para esta função, com editor de texto, programa de edição de imagem, internet móvel em alta velocidade e a comodidade que somente os computadores pessoais podem nos proporcionar.

Falar de tecnologia nunca foi o meu forte, afinal de contas eu jamais freqüentei uma escola sequer para aprender algo, talvez seja por isso que eu me mantenha até hoje com raciocínio limitado; mas quando me recordo de meu primeiro computador, aquele 486 com monitor monocromático que comprei lá pelos idos de 1998 e que me custou exatos 2 mil dólares e vejo hoje este novo notebook muito mais barato; exatos 12 anos depois, fico pensando e tento adivinhar o que será dos próximos computadores que virão na próxima década? Eu faltei em dizer que naquele primeiro computador não havia drive para CD e este de hoje já vem com Blue Ray e pesa somente 2 quilos!

Do meu ponto de vista, eles só faltam imprimir dinheiro (real), fazer fogo (útil) e fazer amor (presencial), porque o restante eles já fazem e com muita facilidade, afinal de contas, o nosso computador de hoje precisa realizar ao máximo as nossas necessidades, nossos desejos e em muitos casos as nossas taras mais secretas; a minha é escrever e fazer desta escrita um movimento acessível a aqueles que me prestigiam!

Muito mais do que uma convergência popular a tecnologia firmou-se como uma necessidade da humanidade e mesmo nos lugares mais remotos, seja da África, Ásia ou de algum canto de floresta nas Américas, viver sem um computador por perto é de fato coisa de índio; aliás, índio muito primitivo, porque até mesmo os povos indígenas mais organizados já possuem e-mail, home Page e sabem bem o que é um notebook. Como diria meu amigo e colega Marcos Viana Filho, “índio que é índio dos dias de hoje não caça; pede hambúrguer no dellivery e paga com cartão de crédito debitado na conta da Funai”!

E viva a dábliu, dábliu, dábliu ponto tecnologia ponto com!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

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CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 27/04/2010
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