BIBLIOTECA FLUTUANTE

Quem trabalha com produção de texto enfrenta certas letras e idéias intragáveis, que por vezes é difícil chegar a um denominador comum dentro de um texto – são os ossos da profissão. Mas o que mais agrada é pegar um texto e conseguir chegar até ao fim.

Outro porém, não só chegar até ao fim, mas por conseqüência compreendê-lo. E esta é a pior parte para o aluno como também para o professor – por um lado em escrever com clareza, por outro lado em entender determinadas idéias. Deixando todos os entraves do lado, que tal pensar em biblioteca flutuante?

Biblioteca – para quem não gosta de ler – já não é nada atrativa, mas se a tal biblioteca for flutuante? Aluno tem cada idéia! E eu concordo com a idéia.

Imagine você chegar na biblioteca e passar por uma pequena porta e começar a flutuar! Os livros todos leves, atrativos – nada de grandes tratados – apenas interessantes. (Coitado dos escritores que gostam de filosofar! Mas o retrato vivo aqui é de uma biblioteca para crianças.) Ou ainda, dentro de uma biblioteca flutuante, ao abrir os livros os personagens também flutuarem: a criação de Monteiro Lobato – o Sítio do Pica-Pau Amarelo flutuando! Que delícia!

Ou, já que não é possível tal façanha, soltar a mente é a melhor maneira de atingir o que imaginamos. Ler e compreender um texto é viajar no tempo, no espaço, conhecer personagens: flutuar! É uma brincadeira sem-fim! É a maravilha do mundo encantado das letrinhas! É descobrir a vida por outro prisma! É ver quão glorioso é o astro sol, a lua, as estrelas, cometas, galáxias... É estar apaixonado por Emília, Visconde, Pedrinho, Rabicó... É viver poesias! É sentir “Isto ou Aquilo”, é querer estar perto do céu – “No último andar...” – É amar a natureza, sentir o cheiro da terra molhada pela chuva...

Um pouquinho mais adiante, na pré-adolescência, conhecer grandes heróis como em “O gênio do crime”, ou “O rapto do garoto de ouro”; já na adolescência curtir “A moreninha”, “A viuvinha”, ou ler crônicas – que é um bom passatempo. Ler: é o melhor caminho! Não custa tão caro (ou ainda, até nada quando se dirige a uma biblioteca pública) e não traz conseqüências maléficas, apenas um vício: o de sempre querer ler mais.

Finalmente, gostaria de entrar num lugar de gravidade zero (creio eu que é assim que se fala) e ao meu redor livros flutuarem; mas enquanto não se pode ter, vou flutuando com os meus pensamentos...

Prof Pece
Enviado por Prof Pece em 22/08/2006
Código do texto: T222313