PREPARO A CASA PARA O DIA DE AMANHÃ
O livro está pronto, só falta uma crônica fechando a última página. Ficou lindo.
Delmo sugeriu, como se fosse um presente, que eu escreva sobre meu aniversário, fechando como última pagina do livro.
Reagi negando, senti que alma não tem idade.
Sinto-me importante para eu mesma. Alegre. Comemorando.
O quê? Não sei. A vida? É.
Sim, a vida, o tudo, o livro.
Eu pensava não passar dos 2000. E dez anos já se passaram.
Quando, naquela noite do último dia do ano, todos comemorávamos o encerramento do dois mil, a alegria reinante no povo e pessoas à volta, na praia de Copacabana, numa euforia geral, todos comemorando uma alegria indescritível, vi que cada pessoa era um mundo e cada uma comemorava seu universo que findava e o que iria começar no ano novo.
Foi um impacto para mim.
Recostei-me num suporte de tela de vôlei de praia, e veio o embasbacamento do meu próprio universo.
Eu vivera até ali tudo que tinha a viver. Eu não tinha mais nada a viver.
Desceu sobre minha alma um sentimento de mais nada
.
Para mim era o contraste com os demais.
Amparei melhor minha coluna no apoio vertical e recebi todo aquele enfoque que eu,
Comemorava também, mas era comemorar o tudo de possibilidades que passara, findava ali qualquer expectativa.
Então, eu não tinha mais nada a comemorar.
Era apenas um eco de comemoração. Era o entusiasmo do momento, a alegria contagiante popular. Mas eu mesma, olhando para mim, via o nada.
Todos pulavam.
Todos gritavam.
Dançavam.
Cantavam.
Eu entrei em contato comigo mesma e vi o meu último dia, a minha última noite, o meu último momento!
Aquela estaca de madeira que me sustentava em pé, era tudo que eu tinha e mais nada!
Baixou uma tristeza incompreensível, na proporção inversa da felicidade dos demais juntos ali na areia. Foram momentos que não sei. A festa terminara para mim.
A vida?
A vida!
Sem resposta, agradeci aquele suporte que me segurava em pé. O meu espírito submerso não me dava mais resposta.
O espanto da constatação foi maior que o sofrimento.
Entrei num tempo de espera.
No dia seguinte, o dia não terminou. Era um dia como qualquer outro começando.
Calma, vi que começava um novo tempo.
Um tempo sem amarras e sem expectativas.
Respeitei-o e me senti bem. Parei de filosofar. Só vivi.
Com os dias passando, esqueci aquela data que parecia tão expressiva, o findar do ano dois mil.
E hoje preparo a casa para o dia de amanhã, 21 de abril de 2010.
Contei só para a amiga filhotinha, a Poeta Parabólika quantos anos faço amanhã, nos 21 de abril!
Desliguei o computador!
O livro está pronto, só falta uma crônica fechando a última página. Ficou lindo.
Delmo sugeriu, como se fosse um presente, que eu escreva sobre meu aniversário, fechando como última pagina do livro.
Reagi negando, senti que alma não tem idade.
Sinto-me importante para eu mesma. Alegre. Comemorando.
O quê? Não sei. A vida? É.
Sim, a vida, o tudo, o livro.
Eu pensava não passar dos 2000. E dez anos já se passaram.
Quando, naquela noite do último dia do ano, todos comemorávamos o encerramento do dois mil, a alegria reinante no povo e pessoas à volta, na praia de Copacabana, numa euforia geral, todos comemorando uma alegria indescritível, vi que cada pessoa era um mundo e cada uma comemorava seu universo que findava e o que iria começar no ano novo.
Foi um impacto para mim.
Recostei-me num suporte de tela de vôlei de praia, e veio o embasbacamento do meu próprio universo.
Eu vivera até ali tudo que tinha a viver. Eu não tinha mais nada a viver.
Desceu sobre minha alma um sentimento de mais nada
.
Para mim era o contraste com os demais.
Amparei melhor minha coluna no apoio vertical e recebi todo aquele enfoque que eu,
Comemorava também, mas era comemorar o tudo de possibilidades que passara, findava ali qualquer expectativa.
Então, eu não tinha mais nada a comemorar.
Era apenas um eco de comemoração. Era o entusiasmo do momento, a alegria contagiante popular. Mas eu mesma, olhando para mim, via o nada.
Todos pulavam.
Todos gritavam.
Dançavam.
Cantavam.
Eu entrei em contato comigo mesma e vi o meu último dia, a minha última noite, o meu último momento!
Aquela estaca de madeira que me sustentava em pé, era tudo que eu tinha e mais nada!
Baixou uma tristeza incompreensível, na proporção inversa da felicidade dos demais juntos ali na areia. Foram momentos que não sei. A festa terminara para mim.
A vida?
A vida!
Sem resposta, agradeci aquele suporte que me segurava em pé. O meu espírito submerso não me dava mais resposta.
O espanto da constatação foi maior que o sofrimento.
Entrei num tempo de espera.
No dia seguinte, o dia não terminou. Era um dia como qualquer outro começando.
Calma, vi que começava um novo tempo.
Um tempo sem amarras e sem expectativas.
Respeitei-o e me senti bem. Parei de filosofar. Só vivi.
Com os dias passando, esqueci aquela data que parecia tão expressiva, o findar do ano dois mil.
E hoje preparo a casa para o dia de amanhã, 21 de abril de 2010.
Contei só para a amiga filhotinha, a Poeta Parabólika quantos anos faço amanhã, nos 21 de abril!
Desliguei o computador!