Educação: o orgulho Nerd
Fui trocar o óleo do meu carro. Um evento cíclico a cada 10.000 quilômetros. Se não fosse por aquela etiqueta que pregam no pára-brisas, logo à altura dos olhos, provavelmente meu automóvel morreria seco. Não que seja negligente com o mesmo, ocorre que assuntos automotivos passam longe de minhas prioridades existenciais.
Situações como essa são um ensejo para que abandone o meu casulo e adentre em contato com seres humanos que, de outra forma, jamais conheceria. O assunto com o funcionário entabulou para a educação. O cliente anterior era um seu conhecido. Um jovem que, segundo disse, vivia uma ¨boa vida¨ tendo a ¨sorte¨ de nascer em família bem situada financeiramente:
- Esse rapaz me preocupa, disse, não o vejo pegar em livro. Desperdiça uma oportunidade que eu mesmo não soube aproveitar...
Senti que a sua voz engasgara.
- O senhor acha que sou trocador de óleo por quê? Eu não estudei. Minha família me deu condições para estudar e, ao invés de pegar nos livros, fiz como aquele rapaz: ¨Vivi uma boa vida e agora não tenho futuro.¨
Penalizei-me por ele e vi que era feliz pelo fato de reconhecer seu erro. Não era o primeiro testemunho do tipo que me batia nas faces. Prudentemente sempre fui afeito aos livros e, se de algo me arrependo, é de não ter estudado mais apesar dos rótulos de CDF e Caxias me acompanharem durante a vida juvenil. Naquele tempo não havia o qualificativo nerd, o que não deixou de ser um alívio, mas que hoje ostentaria com orgulho. Afinal, o próprio Bill Gates profetizou: ¨trate bem os nerds, pois provavelmente um dia trabalhará para um deles.¨
Pessoas como aquele homem, que hoje se situam em patamares de qualidade de vida inferiores à sua real capacidade, comprovam que a educação acadêmica não é uma garantia de futuro, mas que sem ela as chances e oportunidades tornam-se mais escassas. Tantos ouvi lamentando pelas oportunidades que perderam por não estudar mais, que me sinto na obrigação de dividir tais confissões.
Como pai, uma das preocupações é passar essa sabedoria aos nossos filhos. Minha filha, após assistirmos ao interessante filme ¨Os Substitutos¨, com Bruce Willis, afirmou que as pessoas da película se equivocaram:
- Viemos ao mundo para acumular experiências, para nos desenvolver como seres humanos; para crescer, aprender, errar e evoluir.
Fiquei feliz. Tenho por mim que nossos filhos estão encaminhados quando começam a falar como adultos. Minha missão não terminou, mas aparecem os primeiros brotos...
Fui trocar o óleo do meu carro. Um evento cíclico a cada 10.000 quilômetros. Se não fosse por aquela etiqueta que pregam no pára-brisas, logo à altura dos olhos, provavelmente meu automóvel morreria seco. Não que seja negligente com o mesmo, ocorre que assuntos automotivos passam longe de minhas prioridades existenciais.
Situações como essa são um ensejo para que abandone o meu casulo e adentre em contato com seres humanos que, de outra forma, jamais conheceria. O assunto com o funcionário entabulou para a educação. O cliente anterior era um seu conhecido. Um jovem que, segundo disse, vivia uma ¨boa vida¨ tendo a ¨sorte¨ de nascer em família bem situada financeiramente:
- Esse rapaz me preocupa, disse, não o vejo pegar em livro. Desperdiça uma oportunidade que eu mesmo não soube aproveitar...
Senti que a sua voz engasgara.
- O senhor acha que sou trocador de óleo por quê? Eu não estudei. Minha família me deu condições para estudar e, ao invés de pegar nos livros, fiz como aquele rapaz: ¨Vivi uma boa vida e agora não tenho futuro.¨
Penalizei-me por ele e vi que era feliz pelo fato de reconhecer seu erro. Não era o primeiro testemunho do tipo que me batia nas faces. Prudentemente sempre fui afeito aos livros e, se de algo me arrependo, é de não ter estudado mais apesar dos rótulos de CDF e Caxias me acompanharem durante a vida juvenil. Naquele tempo não havia o qualificativo nerd, o que não deixou de ser um alívio, mas que hoje ostentaria com orgulho. Afinal, o próprio Bill Gates profetizou: ¨trate bem os nerds, pois provavelmente um dia trabalhará para um deles.¨
Pessoas como aquele homem, que hoje se situam em patamares de qualidade de vida inferiores à sua real capacidade, comprovam que a educação acadêmica não é uma garantia de futuro, mas que sem ela as chances e oportunidades tornam-se mais escassas. Tantos ouvi lamentando pelas oportunidades que perderam por não estudar mais, que me sinto na obrigação de dividir tais confissões.
Como pai, uma das preocupações é passar essa sabedoria aos nossos filhos. Minha filha, após assistirmos ao interessante filme ¨Os Substitutos¨, com Bruce Willis, afirmou que as pessoas da película se equivocaram:
- Viemos ao mundo para acumular experiências, para nos desenvolver como seres humanos; para crescer, aprender, errar e evoluir.
Fiquei feliz. Tenho por mim que nossos filhos estão encaminhados quando começam a falar como adultos. Minha missão não terminou, mas aparecem os primeiros brotos...