A LENDA DO GIGANTE



Publicado em 1986 pelo jornal interno Estadinho ("nossoespaço") do Jornal
O Estado de S.Paulo.

Publicado e lançado na Bienal de São Paulo em 2002 pela Editora Casa do Novo Autor – Antologia literária – Grandes Escritores de São Paulo – vol.II – pág. 145 –



     Com um tamanho invejável de 8.547.403,5 km², vive (ainda) um 

gigante de mais de cinco séculos de descoberta, próximo ao

Atlântico e entre os Trópicos de Câncer e Capricórnio.

Apesar da idade e do tamanho, o gigante ainda não se

desenvolveu e talvez não viva o suficiente para isso.

Seu organismo é composto de milhões e milhões de células

chamadas ”brasileiros”. Enquanto essas células sobreviverem, o

gigante não deixará de existir.

     As células dividem-se: Governo (nocivas) e Sociedade

(passivas). As células-governo são anticorpos com a função de

protegerem o coração do gigante que é o poder.

As células sociedade são passivas, por viverem submissas ao

poder do governo. Passivamente submissas...
     
     Existem, ainda, células nocivamente nocivas, isto é aquelas que
não só protegem o poder como ambiciona, o deseja e o devora.

Uma vez no poder, essas células são capazes de criar os piores

tipos de moléstias e assim, ser a “causa-mortis” desse fenômeno

de mais de quinhentos anos.

     Não bastassem as moléstias internas, outras, localizadas no

hemisfério norte, perseguem o dorminhoco. Moléstias que fazem

mal apenas às células sociedade: FUNGOS MONETÁRIOS

INTERNACIONAIS. POBRE GIGANTE! Não fossem seus

perseguidores, já teria se desenvolvido há tempos. É uma pena

que seja tão grande e tão...

     Português! Ah..., Se a Inglaterra nos descobrisse...

     Se algum dia você passear pelos trópicos e avistar lá no fundo

Atlântico, um gigante adormecido, dê-lhe meus pêsames. 

     ELE SE CHAMA BRASIL.



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Luciano Mendes
Enviado por Luciano Mendes em 24/04/2010
Reeditado em 14/08/2011
Código do texto: T2217756
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