Não é Mais Um Canal

O mais difícil para mim é começar. A primeira frase me é tão torturante, quanto vários dias de estudo, as palavras embolam-se e não sei como começar. O que ocorre neste momento é exatamente isso, mas enquanto digo quão é difícil começar, tudo o que irei dizer está em sincronia pronto para ser despejado nos próximos parágrafos. E já no fim deste parágrafo digo: “Boa Leitura”.

Enquanto eu assistia aquela novela da Globo que tem espíritos (é... esqueci o nome) uma frase não me saia da cabeça: “Televisão não é veículo de cultura” dita por Setzer numa entrevista ao programa Provocações do grande Antonio Abujamra. A televisão tornou o brasileiro preguiçoso, digo o de classe baixa, aquele cidadão que passa necessidades, trabalha feito mula-de-carga, enquanto alguns Arrudas e donos dos meios de comunicação limpam a bunda com dinheiro. Não que seja só a classe baixa contemplada com a alienação televisiva, acontece que a maior parte da população brasileira é constituída de pessoas que recebem apenas um salário mínimo e que não tem nenhum conforto social e muito menos cultural.

Já que citei alienação no último parágrafo, vamos a uma breve explicação. Alienação nada mais é que a diminuição da capacidade do indivíduo em pensar e agir por si próprio. Pronto, usando a novela (a mesma que tem espíritos) para explicar melhor e assim o farei. A televisão tem uma forte influência para essas camadas menos desenvolvidas culturalmente, usando de métodos covardes para a massificação como: uso de propagandas exaustivas, sendo que essa muitas vezes abusa do erotismo e mesmo do prazer em si. O cidadão que não tem condições ou mesmo não fora ensinado (a pensar) a ler é facilmente ludibriado por novelas, Big Brothers, Quem Quer Dinheiro?! Já que ela usa de um sincretismo barato, misturando ficção com realidade.

O que chamou minha atenção nesta novela e creio que devem ter acontecido com alguns de vocês leitores. Como é usado o espiritismo nesta novela, não acredito em nada na qual seja obrigado a seguir regras enfim, - Respeito toda e qualquer religião - não vou falar sobre a religião em si, mas sobre quem não tem conhecimento algum sobre a religião apresentada, como por exemplo: “Pow, será que quando eu morrer vai acontecer isso?” Será problema quando quiserem experimentar para ver se o fato procede.

Penso que novelas não deveriam fazer referência a religião. Devido a falta de conhecimento acaba-se criando falsos conceitos quanto a essas religiões. Não tenho a menor idéia do que realmente deveria ser o foco de uma novela, até porque não costumo assistir.

Quer pensar?

Vá ler um livro.

Zé Magalhães
Enviado por Zé Magalhães em 24/04/2010
Reeditado em 24/04/2010
Código do texto: T2217538
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