CORAÇÃO OU CONSCIÊNCIA?

A lei natural, ou lei divina, é o conjunto de princípios eternos, imutáveis e perfeitos que governam o universo, funcionando automaticamente. São as chamadas leis da natureza. Como essas leis provêm de Deus, trazem consigo as características ou atributos do próprio Deus.

Entre as leis naturais algumas estão relacionadas ao mundo material, à constituição e às propriedades da matéria, tais como a lei de gravitação, leis da eletricidade, leis da genética, a estrutura dos átomos, etc. Outras se relacionam mais ao homem, como Espírito, e as suas relações com Deus e com seus semelhantes; são as chamadas leis morais.

O objetivo das leis divinas é levar o homem à perfeição, através do desenvolvimento da sua inteligência e da sua moralidade. A legislação humana é um pálido reflexo das leis divinas, variando de povo para povo através dos tempos, segundo o grau de evolução alcançado pelos homens. Conforme cresce o conhecimento das leis divinas, o homem evolui e aperfeiçoa suas próprias leis.

A prática do bem surge então como condição essencial para o crescimento espiritual, para o desenvolvimento evolutivo de todos os homens. Fazer o bem no limite de nossas possibilidades significa acima de tudo demonstrar uma compreensão melhor da vida e das leis que a regem.

Na Bíblia, a consciência costuma ser designada como coração, ou seja, trata-se da dimensão interior do homem, em contraposição com a dimensão exterior da lei ou das realizações externas. No mito do paraíso já se revela o drama da consciência humana, através da qual se realiza a liberdade. Adão e Eva deliberam sobre a sua conduta futura. Por um lado, sentem o peso da ordem divina, mas, por outro lado, sentem a atração da fruta e o anseio da autonomia que lhes é sugerido pela serpente. E agem livremente, mesmo contra aquilo que sua consciência lhes aponta como justo.

Cristo combate a moral exterior e revela o valor íntimo da consciência aberta para o olhar de Deus. É Deus quem julga as intenções ocultas. Para Cristo, a lâmpada do corpo é o olho da intenção. Se esse olho for puro, o será também todo o corpo. Mas, se a luz do homem tornar-se trevas, ele só poderá caminhar rumo à perdição.

O apóstolo Paulo desenvolveu grandemente a doutrina sobre a consciência. A moralidade não pode estar ligada à lei, que é exterior e não é conhecida pelos gentios. Dentro do homem está a sua consciência, que lhe serve como lei. Quer dizer, se os gentios desconhecem a lei, mas agem de acordo com elai, eles mesmos são a Lei

Tomar consciência da Lei Natural é o melhor caminho que devemos seguir na vida. Saber ouvir, saber falar e principalmente saber refletir, a fim de não desprezarmos os deveres da consciência impostos por nós mesmos no íntimo de nosso coração.

O sentido de consciência não é o mesmo que o de lei. A lei sempre expressa às normas gerais de conduta. A consciência, ao contrário, é a luz concreta que ilumina o homem sobre o que há de bom ou de mal em uma ação.

Qualquer erro em relação à criação é também um erro para a compreensão da mensagem cristã.

A lei de Deus está escrita na consciência do homem como a assinatura de um artista em sua obra.