Um leve Sopro...
É noite e são horas. Levemente dirige às mãos aos olhos, não pelo sono que não tem há tempos, entretanto para tocá-los, simplesmente tocá-los. O sentimento lhe acarreta a sensação que se arrasta dentro de si, e a sensação devora-o. No pensamento do instante ínfimo vaga a idéia. A luz é um espectro que não lhe agride os olhos. O espelho que lhe observa não lhe incomoda e naquele instante sua idéia se revela. A idéia que lhe cerca, sussurra-lhe: qualquer lugar que estivesse seria ele, agora, melhor do que o lugar em que está.
Sinto-te, ainda desconhecendo o que desejas. Diga-me, tento lhe satisfazer como me satisfaz. Salve-me, esta noite arrasta-se e arrisco suportá-la. Sinto-me, como uma voz de uma taciturna melodia. Ausento-me, enquanto devoram-me no que ainda existo. E o vento adentra minha janela, rouba-me o amanhã.
O tempo inerte ergueu-se em minha direção... E fez-se vivo, com semblante, olhos, lábios... Ele fez de minha face - dele, sentou-se, observou-me e entoou: não sairei daqui enquanto não tiveres finalizado, o que não desejas...