OVO FRITO?

Eu já disse que adorei o filme Julie & Julia, agora estou lendo o livro. E voltei a pensar na arte da culinária, que tantos desastres tem me causado ao longo da vida... Mas de vez em quando acerto.

Fritar ovo, por exemplo, eu sei. Parece bobagem, podem rir, mas não é todo mundo que faz isso direitinho. Já repararam? Cansei de ver cozinheiras pôr bastante óleo na frigideira, colocar o ovo ali dentro e ficar jogando a gordura por cima. A clara vai fritando, fritando... até que as bordas, enrugadas e moreninhas, levantam um pouco. Enquanto isso a gema, já recoberta de uma película esbranquiçada, endurece. Aí está pronto.

Ou então o ovo é jogado de qualquer jeito, a clara esparrama e a gema se quebra. O ovo servido tem aparência de atropelado. Neste caso um bom palavrão expressaria o que eu acho do resultado.

Podem me chamar de enjoada ou o que quiserem, não gosto de ovo assim! Prefiro fritá-lo em pouquíssima gordura, só aquele tanto para que não grude. E para não ter surpresas, tiro o ovo da casca em um potinho. Imediatamente após colocá-lo cuidadosamente na frigideira, acrescento ao redor dele um tiquinho de água. Isso impede que a clara escorra para os lados. Assim que ela embranquece, e antes que seque, está pronto. Com a clara clarinha (sem rendados nas bordas) e gema cor de gema.

A maneira de degustá-lo vai depender do freguês. Se quiser pôr em cima do arroz, tudo bem. Assim que furar a gema, o arroz ficará amarelo. Neste caso, nem há necessidade de salgá-lo antes. Se preferir molhar o pão na gema, salpique um pouquinho de sal (ou fondor) depois que o ovo estiver no prato.

De minha parte, que me perdoem os vegetarianos, acho o ovo frito (desta maneira) ótimo acompanhamento para um bom bife ao ponto.

Aliás, os bifes para ficarem bons, também têm lá seus segredinhos...