A vendedora de tapetes

O interfone toca: é uma senhora. Bem arrumada e em um belo carro, veio indicada por uma vizinha; convidei-a para entrar. O sol estava a pino, entrou elogiando a casa, o piso, o jardim, e logo surgiu o real motivo de tanta delicadeza: queria mostrar tapetes persas que haviam sobrado de uma exposição.

Com ótima técnica de persuasão, a senhora foi abrindo os tapetes na sala; sem nem um compromisso, afirmou. Já havia lhe dito que não poderia comprar. À medida que expunha os tapetes foi estipulando os preços, que foram caindo, caindo.

Foi aí que ela se deu mal, ao tentar me convencer que todas minhas vizinhas haviam comprado e só eu não teria o famigerado tapete - o que para mim não tinha a menor importância.

Ter um tapete persa não e o tipo de preocupação que me faz ficar sem dormir. Eram lindos de fato, porém, para mim não eram necessários. Eu continuo muito feliz, mesmo sem um tapete persa.

Como não conseguiu me convencer, a mulher mudou. Neste momento ela falou que eu jamais teria um tapete persa em minha sala, e que o meu estava um traste.

Ela saiu pisando duro e falando, com muita grosseria, que eu jamais teria outra oportunidade como essa.

De fato, fiquei muito amolada, de não ter outra oportunidade de mandar aquela portuguesa para o inferno ou para...

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ALBsilva
Enviado por ALBsilva em 21/04/2010
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