DE TURBANTE VERMELHO

De tanto ver aquela cigana de turbante vermelho assim que abro minha escrivaninha aqui no Recanto, até me deu vontade de ter uma bola de cristal. Não é propriamente para saber meu futuro, pois grande parte da vida já trilhei. E também perderia a graça saber tudo o que vai acontecer. Surpresas sempre aparecem.

Às vezes passamos por períodos complicados, de amargura ou dificuldades, em que é preciso lutar para não sucumbir. Choramos, brigamos, nos descabelamos, depois conseguimos enxergar a tal ‘luz no fim do túnel’. Aí nos acalmamos e a caminhada se torna mais suave. Tudo entra nos eixos novamente e seguimos em frente.

A vida, porém, não é feita só de surpresas ruins, há as boas também. De repente algo novo surge, novas possibilidades se abrem tanto no que se refere à vida profissional, como àquela do dia-a-dia e sobretudo, à emocional. Recompensas no trabalho, notícias de alguém que estava longe, uma viagem não programada, novos amigos encontrados. Tudo isso vem carregado de emoções que ‘não têm preço’ como diz a propaganda, e nos fazem tanto bem.

Voltando à bola de cristal - não me perdi em divagações, não - ela serviria mais para minha diversão. Já que não me interessa o futuro, gostaria de olhar o presente. Quer dizer, poder enxergar, a qualquer momento, pessoas queridas. Feita a indispensável concentração, bastaria um leve toque das minhas mãos e ali apareceria, por exemplo, toda colorida lá dentro e sorrindo pra mim (sem saber) a Iaci! Não seria bom?

Tenho certeza de que alguém vai dizer que estou atrasada no tempo, há muito podemos fazer isto através do computador. Não adianta, não me convenço: a web cam não tem a mesma graça que uma bola de cristal!

Onde ficariam o mistério e a magia, esses componentes imprescindíveis a uma grande emoção?...