BRASÍLIA 50
Um imenso chão inexplorado, dominando com mistério e encanto o cerrado vivificado por arroios em suas encostas: assim se ergue o Planalto Central, altar-mor da pátria, onde se ostenta a mística Brasília. Bem assim ela surgiu no mundo espiritual de Dom Bosco, como pano de fundo da fé cristã na sua profundidade profética. E assim também no ideal de Juscelino Kubitschek, grandioso no seu ímpeto apaixonado, nos seus gigantescos voos de pensamentos.
Brasília transcendeu do profético sonho à mais fantástica realidade. E hoje, ao completar 50 anos, permanece à frente do seu tempo, maior e mais bela que a sua história.
Tão amada quanto incompreendida, por mais que se queira definir Brasília as palavras perdem som, cor e sentido quando a eloquente leveza dos seus traços arquitetônicos dizem mais na rigidez emudecida do concreto em detalhes. Rigidez que não a desumaniza. Pelo contrário, harmoniosamente inspira a contemplação do azul celeste a qualquer ponto, assim como a lua ou sol, que nascendo ou se pondo, aqui se pode ver de qualquer extremo. As flores de Brasília, o ar, o céu, a água de Brasília, a brisa de abril em Brasília! São detalhes da natureza aqui preservados por quem a projetou mais humanamente habitável na quietude das quadras residenciais onde o verde predomina.
Certa vez fui incompreendido ao dizer que, quanto mais viajo, mais me convenço de ser este o melhor espaço para se viver. Isso não caracteriza bairrismo, pois o amor que tenho à minha cidade é o que todos os meus compatriotas, antes de mais tudo, devem ter pela capital do nosso país, que dele é uma síntese de cultura e miscigenação.
Brasília não cabe num poema. Mesmo que sentimental ufanista, ou no mais concreto que seja. Até porque ela, em si, é uma epopeia. A epopeia da esperança de um povo nela representado, além dos que nela nascem e igualmente são acolhidos sob suas asas. Mesmo assim ouso fazer-lhe uns versos. Soltos, com aleveza com que lhe traçaram as
colunas; brancos, com na alvura dos mármores em seus palácios; sonoros como a sinfonia dos pássaros e canto das cigarras nas quadras. Para que se unam à celebração de uma cultura já precocemente consolidada por um Clube do choro, Escola de Música, Festival de Cinemas, Academia de letras e tantos outros espaço.
Brasília é uma exaltação futurista sem perder o memorial passado. E os seus cinquenta anos conservam-lhe os traços da menina que sempre será no seio e no regaço do Brasil aos olhos do mundo. Brasil de que Brasília fez-me o berço, o mesmo que será pra mim um dia a campa.
Parabéns minha querida Brasília!
Um beijo do teu filho, ex corde.
Um imenso chão inexplorado, dominando com mistério e encanto o cerrado vivificado por arroios em suas encostas: assim se ergue o Planalto Central, altar-mor da pátria, onde se ostenta a mística Brasília. Bem assim ela surgiu no mundo espiritual de Dom Bosco, como pano de fundo da fé cristã na sua profundidade profética. E assim também no ideal de Juscelino Kubitschek, grandioso no seu ímpeto apaixonado, nos seus gigantescos voos de pensamentos.
Brasília transcendeu do profético sonho à mais fantástica realidade. E hoje, ao completar 50 anos, permanece à frente do seu tempo, maior e mais bela que a sua história.
Tão amada quanto incompreendida, por mais que se queira definir Brasília as palavras perdem som, cor e sentido quando a eloquente leveza dos seus traços arquitetônicos dizem mais na rigidez emudecida do concreto em detalhes. Rigidez que não a desumaniza. Pelo contrário, harmoniosamente inspira a contemplação do azul celeste a qualquer ponto, assim como a lua ou sol, que nascendo ou se pondo, aqui se pode ver de qualquer extremo. As flores de Brasília, o ar, o céu, a água de Brasília, a brisa de abril em Brasília! São detalhes da natureza aqui preservados por quem a projetou mais humanamente habitável na quietude das quadras residenciais onde o verde predomina.
Certa vez fui incompreendido ao dizer que, quanto mais viajo, mais me convenço de ser este o melhor espaço para se viver. Isso não caracteriza bairrismo, pois o amor que tenho à minha cidade é o que todos os meus compatriotas, antes de mais tudo, devem ter pela capital do nosso país, que dele é uma síntese de cultura e miscigenação.
Brasília não cabe num poema. Mesmo que sentimental ufanista, ou no mais concreto que seja. Até porque ela, em si, é uma epopeia. A epopeia da esperança de um povo nela representado, além dos que nela nascem e igualmente são acolhidos sob suas asas. Mesmo assim ouso fazer-lhe uns versos. Soltos, com aleveza com que lhe traçaram as
colunas; brancos, com na alvura dos mármores em seus palácios; sonoros como a sinfonia dos pássaros e canto das cigarras nas quadras. Para que se unam à celebração de uma cultura já precocemente consolidada por um Clube do choro, Escola de Música, Festival de Cinemas, Academia de letras e tantos outros espaço.
Brasília é uma exaltação futurista sem perder o memorial passado. E os seus cinquenta anos conservam-lhe os traços da menina que sempre será no seio e no regaço do Brasil aos olhos do mundo. Brasil de que Brasília fez-me o berço, o mesmo que será pra mim um dia a campa.
Parabéns minha querida Brasília!
Um beijo do teu filho, ex corde.