Chico Xavier – Um filme para refletirmos o além da existência material
Estava ansiosa e bastante curiosa para assistir o filme Chico Xavier.
Sou católica e apesar de não ser espírita confesso que me interesso por assuntos relacionados ao mundo pós-morte.
Não tenho nenhuma dúvida que o espírito que carregamos é eterno.
O corpo, a matéria, essa sim tem vencimento e prazo de validade. Uns mais e outros menos.
Mesmo tendo essa certeza, não foi fácil me desvencilhar do sofrimento que foi perder pai, mãe, avós, tios, primos e sogra.
A teoria escreve que eles vão para um lugar muito melhor que o nosso e que estão bem. Contudo, a prática remenda retalhos de saudade, um sentimento difícil de ser superado.
O início do filme nos põe em confronto com os nossos medos, receios e rejeições.
A nossa educação cristã nos faz acreditar que depois de mortos não podemos retornar a terra. Vamos para o céu, o purgatório ou o inferno.
Nesse ponto a minha mente permite a abertura para dúvidas e reflexões.
Acreditar ou não que depois de mortos podemos voltar e que sequer vamos embora quando estamos presos a esse mundo material.
Eu não consigo descartar essa possibilidade e até tenho a coragem de admitir que possa estar correta essa idéia.
Tantos mistérios profundos e insondáveis habitam esse nosso universo!
Temos medo do desconhecido e do sobrenatural. Rejeitamos o não palpável, o não explicável e o não aceitável pelas doutrinas religiosas.
Esse filme, independente de qualquer crença religiosa ou ausência dela, nos levam a refletirmos em esferas mais elevadas e a abrirmos as nossas mentes.
Há muitas coisas entre o céu e a terra que instigam o nosso imaginário.
O que posso dizer do filme?
O que já disse anteriormente: É um filme para refletirmos e rasparmos a ferrugem da incredulidade fortificada no cadeado do nosso eu interior.
O que dizer de Chico Xavier?
O que falar de um homem abnegado, que viveu somente para levar a paz, o amor e a esperança aos corações atribulados e sofridos?
Crédulos ou incrédulos, crentes ou descrentes, cristãos ou ateus.
Em um mundo onde se constroem fortunas sacrificando vidas, sugando sangue e derramando suor em nome de Deus e da fé cega, torna-se imprescindível falar de Chico Xavier.
Ele é um exemplo para nos permitimos pelo menos repensar a questão do espiritismo.
E quando falo em exemplo, falo com toda a sinceridade.
Quantos exemplos de vida têm o nosso mundo atual?
Pela enorme quantidade de habitantes terrestres, temos um número ínfimo.
Não hesitarei se eu tiver que bater na mesma tecla e martelar o mesmo prego.
Sei que todos falam em amor, em paz, em perdão e partilha. Mas, em sua maioria praticam o ódio, a guerra, a vingança e o acúmulo de riquezas.
Todavia, penso que devemos continuar a falar em amor, em paz, em perdão e partilha.
Acredito que ainda virá o dia que as pessoas conseguirão ouvir e entender essas palavras e se renderão finalmente a elas.
Posso estar escrevendo uma utopia, mas por enquanto não pagamos para arriscar.
Para concluir, convido todos a assistirem o filme.
Contudo, advirto que vá despido de preconceitos.
Vá como um recém-nascido, como alguém disposto a simplesmente conhecer a história de um grande e iluminado homem, sem a necessidade da elaboração de julgamentos posteriores.
Refletir é opção.
A reflexão é boa quando não contamos apenas com as nossas idéias estabelecidas e abrimos a porta da mente para conseguirmos pensar mais além.
Acreditar que espíritos nos rodeiam e que existem pessoas especiais que podem ver e falar com eles...
Porque não?