Caso ou Acaso?
Eu sei que já falei sobre ela, a saudade, mas não tem jeito...vira e mexe de alguma forma ele aparece...insistindo em nos fazer companhia...seja lá do jeito que for.
E tem tanto jeito de sentir este sentimento...
Às vezes a sentimos com dor, com pesar...isto acontece quando o objeto de nossa saudade (uma pessoa, uma situação já vivida...) está longe de nós. Queremos tocá-lo e não podemos, queremos dizer e não é possivel.
Daí sentimos aquele aperto danado no coração, dói e dói demais...a gente parece que morre e volta da dor, tantas vezes quantas forem necessárias, até encontrarmos um jeito de matar esta saudade.
Outras vezes a sentimentos com alegria, quando recordamos momentos especialmente felizes que vivemos ao lado de alguém ou uma determinada situação onde fomos tão felizes que morremos e renascemos de alegria.
Daí sentimos uma euforia danada...o humor melhora, a gente sorri e tudo, mas tudo fica bom, até o que não está! Essa é a saudade que faz bem...que massageia o músculo do coração, revitalizando-o.
Mas tem um tipo de sentimento que é diferente de tudo e que se parece um pouco com saudade, mas com a saudade boa...é algo parecido com a alegria das descobertas que fazemos por acaso...
E para definir isto, a palavra que mais me vem à cabeça agora é SERENDIPITY...
Uma explicação sobre a palavra:
A palavra Serendipismo se origina da palavra inglesa Serendipity, criada pelo escritor britânico Horace Walpole em 1754, a partir do conto persa infantil Os três príncipes de Serendip. Esta história de Walpole conta as aventuras de três príncipes do Ceilão, actual Sri Lanka, que viviam fazendo descobertas inesperadas, cujos resultados eles não estavam procurando realmente. Graças à capacidade deles de observação e sagacidade, descobriam “acidentalmente” a solução para dilemas impensados. Esta característica tornava-os especiais e importantes, não apenas por terem um dom especial, mas por terem a mente aberta para as múltiplas possibilidades.
Serendib é o nome que os comerciantes árabes da antiguidade deram ao Sri Lanka (um entre vários nomes dados a esta ilha através de sua história, sendo que os cartógrafos gregos antigos a chamavam de Toprobane; já o atual nome do país significa Terra Resplandecente no idioma sânscrito, conforme registrado nos antigos épicos indianos Mahabharata e Ramayana; finalmente, com a chegada dos portugueses, a ilha recebeu o nome luso de Ceilão, do qual deriva a versão inglesa Ceylon).
Serendipity é também no nome de uma comédia romântica, deliciosa de assitstir, com o John Cusack e a Kate Beckinsale...ali este conceito do "acaso afortunado" está bem colocado.
Enfim, sem fugir do que eu estava falando...tem ainda esse sentimento das descobertas que fazemos ao acaso e das oportunidades que damos ou não a elas em nossas vidas.
Como eu já disse outras vezes, para mim não existe esta coisa chamada "coincidência" eu prefiro chamá-las de "acasos afortunados", ou de "sinais que vida nos dá", ou de "ouvir o Anjo que passou e soprou algo em meus nossos ouvidos"...até de "serendipity"...porque pra mim, nada é por acaso e tudo, mas tudo na vida tem um propósito, uma razão de ser...e justamente por isso acontece!
Bem, isso é o que eu penso, é assim que eu acredito e é só assim que a vida e as coisas fazem sentido para mim.
Você pode até dizer que eu sou uma sonhadora....
Mas e daí, você estará coberto de razão?
Eu simplesmente não conseguiria levar uma vidinha assim tão básica, tão simples, tão dois mais dois são quatro...
Não me encaixo neste tipo de vida pré definida, onde tudo tem uma explicação lógica...
Não, comigo funciona diferente...eu gosto de ter um motivo a mais para acreditar, eu preciso ter comigo a certeza de que o inesperado existe e cabe muito bem na minha vida...
Bem, falei demais...sobre saudade da boa e da ruim, sobre "caso do acaso" (lembrei daquela música que a Tetê Spíndola cantava...acho que era "Escrito nas Estrelas" "caso do acaso bem marcado em cartas da tarô..")..serendipity...enfim...
Acho que resumindo eu queria mesmo era dizer que se não estivermos atentos aos sinais que a vida nos dá a todo instante, podemos deixar escapar aquele "momento" que pode mudar de vez a vida da gente!