Cursos de Formação Política
Não me surpreenderia se houvesse a confirmação de que Tancredo Neves, John Lennon, Ayrton Senna e Lady Di (a Princesa de Gales) foram vítimas de assassinato. Porque contrariaram os interesses de algum tipo de sistema – ou daquele que na verdade é o mesmo. Há necessariamente outras pessoas nas mesmas circunstâncias, como é o caso de Zuzu Angel. De outras não me recordo.
A exemplo de cursos de Literatura Portuguesa, Lingüística, Psicologia Avançada, Oficinas de Poesia, Noções de Informática, etc., penso que seria extremante importante, para a formação sócio-político-cultural do cidadão, cursos sobre as situações que suscitaram o possível desaparecimento intencional e doloso de pessoas na situação das acima elencadas.
Dada a importância e penetração desses nomes nos diversos segmentos de comunidades em todo o mundo, as informações – ainda que não todas, obviamente – que poderiam ser obtidas contribuiriam certamente para o esclarecimento político do cidadão. Um conteúdo programático que acabaria fazendo com que o indivíduo tomasse uma consciência maior da sua presença no conturbado mundo em que vive.
Basta ser governante para ter o que esconder. Determinadas atitudes não podem cair no domínio da população, que não aceitaria inexplicáveis contradições por parte daqueles que, ainda que forjadamente, assumiram posições da maior liderança na sociedade.
Não se pode dizer que essas ocorrências se verifiquem apenas no Ocidente, apesar de os casos citados referirem-se a pessoas oriundas ou com trânsito maior em países sob o regime político de características ocidentais. De qualquer modo, os exemplos nos mostram o quão frágil pode se tornar o que conhecemos por Democracia. Porque apesar de se constituir no regime democrático em que, por definição, o poder seria exercido pelo povo, através de seus representantes, na verdade sabemos que não é isso o que se verifica. Se fosse assim, as atitudes de pessoas influentes na sociedade, marcadamente ao lado das expectativas da população, não as colocariam em risco de vida, por contrariarem os interesses dos que governam.
Deveriam tratar-se de cursos universitários. Mas sem a necessidade de exames vestibulares para a matrícula. Porque ninguém esconde a mentira por tempo indeterminado. E a possibilidade da constatação desse fato independe da formação acadêmica do indivíduo.
É preciso que ajudemos o cidadão a pensar. E não a treiná-lo na repetição do que está nos livros, na internet, na mídia ou na boca dos que detêm o poder.
Maricá, 18/04/2010