'Intéquinfim' - Fogão Campeão
Com um início de jogo grandioso, Flamengo e Botafogo mostraram para ambas as torcidas o que estava por vir. Um jogo muito corrido, mas com poucas chances de gol. Loco Abreu e Adriano, duas estrelas desse clássico, passam um pelo outro e, diferentemente da decisão do ano passado, quando, devido à rivalidade, Juan se desentendeu com Maicossuel, se cumprimentam discretamente.
Se oitenta por cento dos gols do Botafogo saem de bola parada, não poderia ser diferente naquela jogada. Escanteio pela esquerda e Alvim faz pênalti em Fábio. Herrera cobra mal e faz 1x0 Fogão. Como muitas outras vezes nas últimas oito decisões que disputaram, o alvinegro sai na frente, será que dessa vez dá pra segurar?
O Mengão mostra que não vai ser fácil, pois aos 33 do primeiro tempo Adriano faz uma jogada plasticamente linda, uma virada no ar, erguendo seus mais de 100 quilos e assustando o argueiro adversário.
Sejamos sinceros. Vimos uma Botafogo mais disposto a levar a taça pra casa, pelo menos mais disposto que nos últimos anos anteriores de decisão.
Mas nem tudo eram flores para o Bota. Como diz o clichê, têm coisas que só acontecem com o Botafogo. Sem aguentar a pressão, o alvinegro sucumbiu no final do primeiro embate. Love marcou após a pane conjunta na zaga preto e branca.
Um segundo tempo brigado aguardava por todos, flamenguistas e botafoguenses, para estremecer o maraca.
Herrera cava um pênalti. Loco Abreu mostra que é realmente louco e cobra de maneira muito displicente, mas com muita técnica e classe, de um jeito que nenhum Pelé ou Robinho deveriam cobrar uma penalidade em uma final de campeonato, principalmente se tratando de um Botafogo e Flamengo. A bola ainda tocou na trave antes de estufar a rede rubronegra. Fogão na frente novamente.
A torcida cantava e já começava a se desenhar o fim de noite alvinegro quando o mengão tem uma penalidade máxima a seu favor. Um dos grandes nomes do campeonato de um lado, Adriano. Do outro, o herói e vilão da eliminação do Bota na cocopa do Brasil. Com um salto no seu canto esquerdo, Jefferson espanta aquela sensação conhecida pelo paladar da torcida bicromática e faz uma defesa sensacional, partindo do ponto que Adriano bateu bem, mas baixo. Fogão, agora com a mão na taça.
Totalmente estático, devido à marcação, o império do amor pouco pôde fazer para mudar a situação que, mesmo depois da entrada de Pet, pouco foi alterada.
Caio, esbanjando confiança da torcida desperdiça a chance de matar perdendo um gol feito.
Ainda assim, esse ano foi diferente. Deu fogão até que enfim. Ou 'intequinfim'. Mérito a Joel, que é indiscutivelmente um bom treinador além, é claro, de jogadores que fizeram a diferença durante esse início de temporada e, principalmente, na decisão. Vamos gritar que esse ano a taça é nossa.