A mulher na Sociedade

Tanto para o homem quanto para a mulher, Deus criou o trabalho. O pensamento de que o lugar da mulher é dentro de casa, a depender do homem em todo sentido e em todas as situações, não só é retrógrado, como é egoísta. Trazer para o lar o sustento exige tempo e dedicação. A dignidade feminina encontra-se na cooperação, mas esta não significa dependência. O amor está na doação; nem sempre é bem vinda a renúncia. Se ela se dedicou durante anos a conquistar um diploma é porque tinha em mente um objetivo maior que é o de servir à sociedade. Mas, nem por isso serviria menos ao seu homem. Amor é amplitude, não se desgasta com o uso. É preciso saber diferenciar o amor. Tudo faz parte de um sonho que pode ser compartilhado e gerar felicidade.

Ao afirmar isto, enfatizo o diálogo como forma de harmonizar cada caso em separado. Os tempos evoluem e com ele as idéias. Conciliar esposo e filhos com a vida profissional não é fácil e é aí que entra o diálogo. Em primeiro lugar, tendo em vista a realização de um sonho, precisaria a mulher compatibilizar com os do parceiro os seus interesses. As dificuldades se apresentam e, tão maiores quanto à falta de amor e o prevalecimento do egoísmo. O marido sensato há de deixar de lado o machismo e entender que ter mulher não é possuir uma escrava. Ela tem sua auto estima, gosta de dinheiro da mesma forma que ele e a realidade nos mostra que muitas, ao aderir ao celibato como opção de vida, o fazem ao ver na amiga sofredora e prisioneira o futuro que lhe espera, a não ser que as coisas mudem. Tem sido o movimento pela libertação feminina um grito e um apelo de quem desejava um basta ao egoísmo e dominação.

É tudo muito claro quando, pelo prisma feminino, analisamos estes fatos. Mas, e os homens, o que acham disso? Será que procuram conhecer o coração delas? “Mulher não é para ser compreendida, mas para ser amada”, dizia Oscar Wilde. Bela frase, por sinal, mas, dependendo da conotação que ele quis dar a “ser amada”, é muito melhor, para a felicidade e bem estar dela, que seja, antes, compreendida. Aí se encontra, a meu ver, a causa de muitos casamentos e uniões que foram por água abaixo. E de muitos lares desfeitos.

Houve uma razão precípua para esta tomada de decisão por parte das mulheres. A liberdade da alma disfarçada em liberdade econômica. É justo, louvável e primordial que ela não dependa do homem para sobreviver financeiramente. A continuação da espécie vem de uma dependência mútua, calcada no instinto de preservação. Embora não se procurem para gerar um filho, mas para a satisfação de um desejo que busca o prazer, ocorre daí um nascimento, tal a sapiência da natureza. A união dos corpos juntada à unificação das vidas, num compromisso eterno, é obra de Deus e comum a toda e qualquer criatura. Creio que a falta de amor verdadeiro e o ciúme exagerado acabaram por desencadear uma mudança.

Por parte da mulher, nem sempre fora do lar ou fora do casamento está a sua felicidade. As mães solteiras sofrem por uma decisão repentina de entrega do corpo, levadas por uma lábia carnal e iludente. Nisto, perde a modernidade, ganha a tradição dos reais valores da existência, hoje desfigurados pelo avanço acelerado de uma época, mas carente de visão e equilíbrio. A oportunidade surge em toda parte. Basta abrir os olhos. Se, por uma contingência, como a falta de apoio, não pode deixar o lar, outras formas surgirão, dentro do próprio ambiente, de alcançar a independência. Existem os cursos por correspondência. Existe a informática. Hoje tão propalada. Ganhar dinheiro não é sinônimo de divórcio e muito menos de desarmonia. Deus dotou a alma humana, da mulher em especial, de talento e intuição. A prisão não é para ela pois, como alma, vive num corpo. Que possui mente. Esta é poderosa e pode fazer da mulher que se dispuser a empregá-la, a grande dominadora. Do mundo e dos homens. Mais do que já tem sido.

Professor Edgard Santos
Enviado por Professor Edgard Santos em 18/04/2010
Reeditado em 18/02/2023
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