Namorando Comigo Mesma
Hoje é domingo, e aos domingos eu gosto de ler meu horóscopo. Li que por ser de gêmeos, poderia neste dia me sentir um pouco isolada se não tiver pessoas para conversar; então, meu horóscopo hoje me aconselhou a experimentar "namorar comigo mesma", pois nem sempre "estar" com pessoas, é garantia de não estarmos sozinhos.
Vi um filme depois disso, neste filme houve cenas em que se incentivava muito a prática da escrita. Após o filme, fui almoçar sozinha, foi quando me veio à lembrança a frase do horóscopo: "namore com você mesma"; por um momento achei aquilo engraçado e inesperadamente lá estava eu me acariciando no rosto, então sorri comigo mesma, e comecei a pensar de mim mesma nesta hora: você é bacana, é doce, às vezes tem uns rompantes de histeria e agressividade, mas que são perfeitamente explicáveis: trata-se de uma forma de instinto de conservação, de defesa mesmo. Foi aí então que me lembrei de momentos da minha infância em que comecei a sentir necessidade de proteção, mas não encontrei nas pessoas que me cercavam; aí me deu aquele "estalo": é menina, faz tempo que você se vira sozinha, tá mais do que na hora de você entender que mesmo que não tenha alguém em especial na sua vida, o sol vai continuar nascendo, o outono virá após o verão, você um dia vai acordar eufórica, noutros nem tanto, mas tudo bem, porque isso é verdadeiramente o viver, meu e de todas as pessoas.
Cabe a cada um de nós, colocar tudo isso num nível de equilíbrio, para não deixarmos nos levar nem pela euforia, nem pela melancolia, e assim permanecermos dentro do que as pessoas chamam de "normalidade", é, está entre aspas, porque como alguém , um dia muito sabiamente disse: "De perto, ninguém é normal".
Aí você me pergunta: " e o que é que o filme tem a ver com tudo isso?", tem tudo, pois você só está lendo este texto e me conhecendo um pouco mais, porque eu resolvi escrevê-lo. Até breve.