O poc poc

Certa vez eu me interessei por uma casa de um conjunto recém construído, que uma imobiliária estava anunciando a venda.

Então me dirigi a ela, que ficava na região mais central de Goiânia, e como as casas ficavam distantes, o corretor se dispôs a me levar até às casas para mostrar.

Eu concordei, e na mesma viagem, ele usando uma van, levou eu, um casal de meia idade mais duas mulheres, mãe e filha, todos interessados nas casas.

As duas mulheres eram simpáticas, de boa fala, expansivas, disseram ser de Fortaleza e que pretendiam vir em definitivo, de mudança, daí o interesse na compra da casa.

E elas conversavam animadamente entre si, sobre os planos de mudança. A mãe manifestava dúvida se pagaria um caminhão especializado em mudanças, ou se vendia tudo lá e comprava aqui novamente. Também estavam sem saber como trazer o poc-poc. Se pagava um transporte, coisa e tal. Será que ele aguentaria vir andando?

E falaram várias vezes desse tal de poc-poc.

E eu ali de lado, ouvido o diálogo das duas, fiquei curioso. O que seria esse poc-poc?. E claro, não me contive e perguntei o que era.

E a filha se pôs a explicar:

-É o fusca de minha mãe. Eu não entendi o porque do nome, claro. E antes que manifestasse algo, ela se pôs a explicar:

- É que minha mãe entra no carro, dá a partida e sai pela rua afora: poc, poc, poc, poc, poc...

Então o apelidamos assim.

Foi a deixa para todo mundo cair na gargalhada, inclusive as duas mulheres.

Acabou que não comprei a casa, nunca mais vi aquelas pessoas.

Faria Costa
Enviado por Faria Costa em 18/04/2010
Reeditado em 13/09/2013
Código do texto: T2203868
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