Favela

Favela

Lá vai o Brasil

Garotos de todas as cores e raças

São alegres e sorridentes

Felizes...

Brincam a todo instante;

Pode ser com um carrinho quebrado

Também serve apenas um pé do par de patins

Uma camiseta rasgada. Uma esmola.

Um barquinho no esgoto a céu aberto

Tocar fogo numa rã no esgoto.

São educados,

Seus pais, como são?

Pode ser um ou nenhum

Eles vivem ou sobrevivem?

Comem restos. Pedem. Centavos, moço.

Não param, correm, brincam todo o tempo.

Parece que nunca ficam doentes.

Pode chover. Fazer sol ou neblina.

Enfrentam o tiro cruzado das gangues.

Poucos são atingidos. São protegidos...

Talvez por Nossa Senhora Aparecida

Uma ONG qualquer

Pela polícia, os padres, as igrejas...

Ou estão de corpo fechado.

Talvez um anjo da guarda de titânio.

Alguns levam tiros, morrem.

Outros atiram, roubam e matam.

Mas são felizes

No dia-a-dia jogam uma pelada

Pode ser uma bola improvisada

Num momento são dóceis crianças

No outro, bandidos adultos.

Violentos, vale tudo...

Faca, canivete, revólver.

Tudo pela sobrevivência.

Dormem em bandos,

No mesmo quarto a filha e o filho

Em alguns casos...

Drogas, álcool, tudo é permitido.

Em especial o craque.

Vicia rápido

Mata num curto espaço de tempo

Não importa.

O que vale é viver o máximo hoje

Porque amanha o barraco pode pegar fogo!

Jaeder Wiler

jaeder wiler
Enviado por jaeder wiler em 19/08/2006
Código do texto: T220263