FURANDO O DEDO ...
Os desejos de termos uma vida trânquila não são constantes, vez
por outra, ainda que surpreendentes, as transformações orgânicas
se sucedem, aí vem uma "rebordosa"que nos maltrata.
- O que o senhor tem ? - Nada, sinto-me bem. Vou ver sua pressão.
Está ótima, 13 X 8. E a glicose, está sob contrôle ? Vejamos ? Aí Dr.
essa picada no dedo doí ! O senhor tirou quase 1 litro de sangue do
meu dedo. Que exagero, pouco mais de uma gota e aí está o resultado
486 o gráu glicêmico. Ví na sua fisionomia que havia algo de anormal.
Não posso lhe deixar se ausentar, enfermeira traga a cadeira, ele vai
p/ o ambulatório da clinica. APLICA URGENTE UMA INJEÇÃO DE INSULINA, aguardemos uns 20 minutos, nada se modificou, aplique
outra insulina. Preciso me comunicar com uma pessoa da família, VOU
SER OBRIGADO A LHE INTERNAR NO HOSPITAL. Presentemente
não tenho menhum parente aqui, a filha está veraneando na Bahia...
Sorrataneamente D. Antônia, minha dedicada motorista de "praça",
que sabe da minha vida mais do que eu mesmo, deixa o consultório
e o ambulatório, sai, fico sozinho, desespero. Consegue que a vizinha
sirva como pessoa da família, sou internado. Começa a odisséia.
De duas em duas horas é colhido um gosta de sangue, FURANDO-ME
O DEDO, nada, a glicemia não cede, exames e mais exames, obrigam-me
a deslocar na cadeira de rodas até os locais, UMA PROVAÇÃO, PASSAR
POR TODOS OS LUGARES COM AQUELA RIDÍCULA ROUPA DE HOSPITAL. E a nutricionista, estudou apemas por uma CARTILHA, dela
não arreda o pé, prefere que as refeições servidas sejam rejeitadas a moldar a dieta, com pinceladas que favoreçam o apetite. Argumenta-se,
mas desconhece outro livro.
Passados 15 dias, a pneumonia foi debelada, SEM ANTI-BIÓTICO, resta apenas estabilizar a glicemia, rebelde, porém se torna vencida, nada de insulina, prevaleceu a diretriz do cardiologista, agora, o DEDO É FURADO de 4 em 4 horas, o gráu glicêmico se fixou em 122, toda a metamorfose orgâmica se originou de trauma psíquico, distúrbio neuro-vegetativo.