O SONHO MORREU?
O jovem operário tinha um sonho. Seu ímpeto, natural na juventude, o levou a ser líder entre os companheiros. Sua aparência e seu discurso inflamado, o faziam parecer um revolucionário. E ele o era. Na palavra, nos desejos de mudança, nas críticas ao status quo. O tempo foi passando e o jovem foi crescendo em popularidade. Ficou conhecido nacionalmente pela liderança nos movimentos grevistas, nas lutas sindicais.
Chegou a hora de tentar... e lá estava ele nos palanques, nos horários disponíveis dos meios de comunicação. Mas não foi desta vez e nem da outra vez. Direto das ruas ao poder é quase impossível. Mas o jovem foi tentando. E, num belo e glorioso dia, seu esforço foi coroado e ele chegou ao topo. Direto, pelos braços do povo. Tanto fez e tanto o povo aprovou, que ele retornou.
O passar do tempo, a idade madura, a experiência, o meio, a convivência, os conchavos, os recuos, os embargos, o poder... O tempo é cruel? Ou o tempo é o fiel da balança? O homem maduro esqueceu seus sonhos juvenis? Mudou? Ou será que o poder corrompe?