A caminho do fim

"A vida se eterniza na morte"

Oitenta anos.

Não pensou que chegaria a tão longa idade com saúde, o corpo já gasto pelo tempo mas com a mente lucida e o espirito pleno de conhecimento na lembrança de cada um dos dias que viveu, até agora.

Tem como método ter um dia de lembrança para cada ano de vida, lembra de uns setenta e cinco anos, então um dia por ano dá setenta e cinco dias que representam cada um destes anos passados*. Setenta e cinco histórias referentes a cada dia que viveu e ainda vive.

De tudo o que viveu de bom ou ruim, nem uma mágoa, nenhum remorso, nem marcas que não puderam ser esquecidas. Viveu e vive agradecendo a Deus por estar vivo, por ter todos os dias uma nova chance de consertar seus erros, quaisquer que sejam, de poder pedir desculpas por qualquer motivo a alguém que por ele sentiu-se ofendido ou magoado.

Ver que todas suas sementes frutificaram, deram belas e perfumadas flores e saborosos frutos. Perceber seus olhos atentos, suas bocas mudas, ouvidos abertos, escutando as histórias que tem para lhes contar, falando das aventuras que viveu, dos passeios e das viagens que fez, de tudo o que viu, mas principalmente do brilho e da emoção que o fazem sentir ao perceber que toca a alma de cada um ao falar em versos a história do seu eterno amor a Poesia.

* Método criado por Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicanalista suíço.

Isidoro Machado
Enviado por Isidoro Machado em 16/04/2010
Reeditado em 28/04/2012
Código do texto: T2200395
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