Viver melhor

O que diz um leigo como eu sobre como o nosso organismo reage à forma sob a qual encaramos a vida? Com a base empírica da experiência pessoal, é claro. Dito isso, posso falar as asneiras e sandices que imaginar. É possível que alguém que leia esse texto possua as mesmas opiniões a respeito.

Quando mais jovem, aos 25, 30 anos, eu imaginava que aquele estresse que passava era coisa da sobrevivência, da época em que vivíamos e, portanto uma contingência do modo de vida. Acredito que ainda é a crença de muita gente. Os efeitos de viver assim apareciam, clamavam e apesar de algo lá dentro me dizer: isto está errado! Isto não é normal! Você está se violentando e levando à ruína a sua própria existência! Pare! Eu continuava... Acometia-me de males inusitados, descabidos e surpreendentes para alguém com a aparência de vitalidade que sempre ostentei. Como um viciado que não se reconhece como tal, eu ia aos trancos e barrancos ignorando os protestos do corpo até que em certo momento percebi. Acho que minha relutância devia-se ao fato de que eu queria “ser como todo mundo”. As pessoas me pareciam imunes às anomalias que eram a regra e eu não iria dar com os “burros nágua”, fugir da raia, amarelar com a vida! Mas o tempo foi passando e o pacote de reações se diversificando, aumentando... Os exemplos alternativos que vira até então (aqueles de pessoas que largam tudo e se mudam para o interior, para o campo, que saem da cidade, que deixam os empregos, etc) começavam a fazer sentido. Entravam na realidade que eu imaginara inexpugnável a sonhadores. Em outras palavras, O sonho era a minha realidade e a realidade em que eu vivia não era a minha. Precisava então criar uma realidade de transição. É possível que ainda não tenha saído dela, porém o esforço está sendo feito (sem estresse, é claro).