MITOMANIA NO LUGAR DE AMOR

Ela disse que o amava. Ele nada lhe disse. Estava com raiva. Não era elogiado em suas fraquezas e não gostava das críticas e lhe chamava de dona das mais severas. Mas como dificilmente uma pessoa gosta de críticas ela entendeu. O deixou ir sem lhe dizer que a amava. Significava que não a amava? Talvez apenas lhe odiasse a razão, que não tardou-se em manifestar.

Ficou meditando como uma consciência velha em busca de um argumento novo. Mas para que buscar argumentos para ouvidos surdos? A velha consciência decidiu-se por soltar um sorriso novo e não se importou com a partida sem amor do tal que a amava.

Teriam começado mal o dia? É assim que muitos seres humanos se distanciam uns dos outros. Qualquer diferença de pensamento serve para serem de mortais a agentes funerários da própria existência. Tem sempre um querendo tudo do outro. E no lugar do amor, o misticismo fosse eterno enquanto durasse, mesmo com uma dose de mitomania. E com toda a inversão de valores, sem o cão serviria o rato e dane-se então, a gata.

De qualquer forma, dependendo do público, que se deseja contentar, as palmas serão recebidas e a vida continuará para todos. Eu bem gostei de ter escrito este texto ao invés de arrumar a cozinha. A segunda opção seria preparar uma prova e agora vou tomar um banho. Adoro pensar debaixo do chuveiro.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 15/04/2010
Reeditado em 15/04/2010
Código do texto: T2198820
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