AMBIÇÃO
Tenho um medo horroroso dessa expressão, porquanto, ambição é uma faca de dois gumes.
A ambição, enquanto fonte motivadora, enquanto mola propulsora para atingimento de objetivos, de metas; enquanto valorização do orgulho próprio, manutenção da alta estima, é um sentimento que faz bem ao ser humano, pois, é energia para atitudes positivas, como ação, dinâmica, disposição e iniciativa.
A ambição, enquanto lógica e serena, é definitivamente um alicerce, onde se finca e se apóia a vocaçao para o trabalho, para o estudo, para o aperfeiçoamento, para os valores voltados ao desenvolvimento e crescimento pessoal, familiar, coletivo, comunitário.
Por isso nos anúncios classificados de emprego, dentre as qualidades almejadas nos candidatos, é tão comum ser citado, dentre outras, a ambição como um elemento indispensável. E nas empresas, nos treinamentos todos, principalmente quando a auto-motivação está em jogo, tanto se instiga à ambição. Uma pessoa ambiciosa, normalmente é uma pessoa ousada, disposta, dinâmica, pois, traça objetivos, metas sempre ousadas e busca com todo afinco a sua superação.
Por outro lado, se essa mesma ambição – tão positiva e bendita por um lado – for desmedida, extrapolar o sentido e a medida da lógica, passa a ser algo extremamente negativo. A ambição, quando toma forma e proporções demasiadas, passa a ser fazer tanto mal às pessoas, quanto o bem - se contida ao tamanho e intensidade adequada.
A ambição, passados os limites da coerência, passa a se confundir com a avareza e se transforma em apego demasiado as riquezas e com isso vai se confundindo mesquinhez, chegando à sovinice. E isso não faz bem as pessoas, não faz bem às famílias, a comunidade, a sociedade como um todo.
Por outro lado, se a ambição for sinônima de desejo, intenção, aspiração, pretensão, de avidez que seja, faz bem a todos, é uma mecanismo, uma ferramenta, um sentimento extremamente motivador. A questão e meus temores para com a expressão “ambição” e como as pessoas a interpretam e o sentido que dão a esse sentimento e é tão comum e cada dia mais, as pessoas confundindo ambição com ganância.
E desnecessário dizer que a ganância, a avareza, é a madrasta da branca de neve, nessa fábula social que vivemos e que empobrece a nobreza humana e os valores do tão sonhado equilíbrio social que buscamos enquanto humanos, enquanto homens civilizados, enquanto cidadãos, enquanto cristãos do bem.