Escrever, logo, ser.
Queridos amigos e amigas, eu escrevo pouco, pouco e ruim. Tanto que poderia deixar a critério de vocês esta constatação, mas invariavelmente perene em minha prepotência, tomo mais esta iniciativa. É que leio também pouco, e mesmo assim o suficiente para perceber quão distante eu estou do patamar médio dos poetas e escritores onde audaciosamente eu sonhara estar. Acredito que 02 fatores me motivaram a escrever sobre isso: textos de colegas do Recanto que acabei de ler e a atenção que eles tiveram comigo. Isto me comove, mas estimula uma autocrítica sem qual certamente eu seria ainda pior. Eu sei que ao invés desse texto inútil eu deveria estar promovendo as leituras de autores a quem admiro, sendo mais cuidadoso nos meus e usando o tempo que sobra para coisas mais criativas, porém a paixão por escrever é realmente avassaladora. A gente acaba por seguir impulsos que se tornam vícios, refeições para a alma! Ainda que ninguém leia, ainda que ninguém goste, ainda que os mais generosos comentem por querer trocar algum afago, carentes disso que eventualmente possam estar. Sei que certamente isso ocorre em qualquer escala. A notoriedade, por mais disfarçada de talento que possa estar, será agradável de desfrutar, mas sei bem meu lugar e agradeço imensamente a todos que ainda me lêem, por qualquer que seja o motivo.