Enfoques errados e demagógicos ao eleitor 

     Nas eleições os cidadãos votam em dois poderes distintos um é o legislativo o outro é o executivo. Também votam nas três instancias de governo municipal, estadual e federal. 

     Bem, quando a eleição é a nível municipal o eleitor pode acompanhar tanto as ações de seus representantes no executivo, e as vezes o legislativo. Quando os políticos eleitos são de cidades pequenas o legislativo pode ser acompanhado de perto, o que não é tão possível em municípios maiores. 

     Mas quero ater no executivo e legislativo estadual e federal: 

     Pois bem, é impossível o cidadão comum poder acompanhar a atuação dos deputados sejam eles estaduais ou federal, pois, o cidadão comum não vive somente de política – enquanto instituição – no seu cotidiano, precisa dividir seu tempo para família como a educação dos filhos, a vida afetiva entre cônjuges. Tem que dividir o tempo para o trabalho que muitas vezes consome quase que 12: 00 horas diárias. Quando sobra tempo disponível precisa de lazer tanto individual quanto familiar. Ainda tem a vida espiritual que se divide em missa, culto, serviços como atividades pastorais da religião a qual pertença. Enfim, não sobra tempo para ficar sabendo o que seu deputado fez ou deixou de fazer constantemente. 

     De certa forma dizer que o eleitor deve acompanhar seu candidato para cobrá-lo é demagógico. Por mais, que o eleitor queira acompanhar não tem possibilidade. Pois, se o político ficar nas bases eleitorais, está faltando com seu compromisso nas câmaras legislativas, e se ficar nas câmaras legislativas o eleitor não tem como saber o que está fazendo e nem tempo para isto ele tem. 

     O político do legislativo tem seu dia preenchido também com varias atividades seja na casa legislativa, seja com o poder executivo, fazendo trabalhos sérios ou criando situações para lucrar com o poder. 

     Sendo assim, cabe ao eleitor duas opções: uma é escolher para votar num parlamentar que seja ético, seja honesto e que transparece confiança e assinar um cheque em branco na legislatura, ou então, participar de uma ongs delegando a ela fiscalizar os políticos do legislativo, para que esta de tempo em tempo faça prestação de contas da atuação dos eleitos. Isto é, filia-se a uma ONG que terá por responsabilidade fazer o que ele não pode fazer pela falta de tempo. O grande problema é que esta entidade não pode ter vínculos políticos e nem ideológicos partidários, atuar apenas como órgão da sociedade civil fiscalizadora. 

     É triste ou deprimente ter que usar deste expediente – uma entidade que fiscalize aquele que você escolheu e assinou uma procuração. Em suma, a falta de confiança naquele que em tese deveria ser confiável. 

     O poder executivo é diferente, pois a atuação daquele que é escolhido é diretamente transparecido no exercício do poder. É fácil fiscalizar o executivo mesmo com todas as atividades que o cidadão comum tem, pois a imprensa, a oposição traz à tona todas as atividades deles e também, no dia a dia o cidadão comum pode acompanhar suas atuações na melhoria da qualidade de vida ou não do município, estado e do país. 

     Sendo assim, muitas vezes as informações que são veiculadas para o eleitor querendo informá-lo ou conscientizá-lo para votar é repassado de maneira errada e demagógica, isto é, distante da realidade. 

     No meu pensamento, o que mais se deve informar ao cidadão é a idoneidade do candidato, seriedade do que querer ficar repetindo que o eleitor deve acompanhar saber tudo que o parlamentar está fazendo. A conduta ética é o fundamental a ser explorada, pois é daí que vão surgir os resultados positivos ou negativos daqueles que estão no poder.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 18/08/2006
Reeditado em 18/08/2006
Código do texto: T219546