A MERETRIZ
Perto dos trinta, talvez um pouco mais. Na casa repartida ao meio por comprido corredor que possibilitava acesso aos quartos daquele prostíbulo, já vivia por um bom tempo. Era de uma localidade vizinha. De fino trato com os clientes, assim levava a vida de mulher-dama, rameira, prostituta, mulher à toa, mulher-da-rua e não se lembra mais o que. Segregadas pela sociedade do pequeno lugarejo, pouco se via uma daquelas comerciantes do sexo, a transitar pelas ruas de chão batido da perdida, “puta” cidade.
Classe no ofício é que não faltava. De boca em boca seu suave nome corria por todos os recantos num extenso raio de muitas léguas. A referência profissional era dada com todas as garantias de que precisavam os aventureiros, à cata de amor mercenário, ou de potente, purulenta, gratuita blenorragia. Não tinha erro! Tudo tão límpido como a consciência dos pais de família que freqüentavam aquele bordel. Outros distintos clientes: policiais, peões de várias procedências daqueles brasis, que provocavam, ou se envolviam em tremendas brigas de facas, foices e de facões, ou mesmo festa animada por estampidos de armas de fogo calibres 38 e outros afins.
Aqueles distantes dias dos anos 50/60 transcorriam na efervescência de uma fermentação político-social, mas a máxima estava valendo: faça amor não faça guerra. E a delicada rapariga continuava na luta pelo seu pé-de-meia. Tinha seu homem que amava de verdade. Um rapaz negro, cujo pai estava, sempre, por perto, como a garantir posse do filho “gigolô”, com muita honra. Ela estava ali,, não porque gostasse. Talvez, viesse de boa família, conhecida da redondeza, e que dela tivesse vergonha.
Passou o tempo, e, há mais ou menos 15 anos, depois, foi vista com seu marido, o gigolô de outrora, e uma récua de meninos sararás, conduzidos pelas mãos de ambos na Estação Rodoviária da Capital.
Já idosa e acabada, a gentil e honrada “professora” de muitos dos garotos daquelas regiões, realizara o sonho de ser uma dona de casa, boa mãe de família. Todos, dela, ainda, se lembram!
Brasília, 13/04/10
Perto dos trinta, talvez um pouco mais. Na casa repartida ao meio por comprido corredor que possibilitava acesso aos quartos daquele prostíbulo, já vivia por um bom tempo. Era de uma localidade vizinha. De fino trato com os clientes, assim levava a vida de mulher-dama, rameira, prostituta, mulher à toa, mulher-da-rua e não se lembra mais o que. Segregadas pela sociedade do pequeno lugarejo, pouco se via uma daquelas comerciantes do sexo, a transitar pelas ruas de chão batido da perdida, “puta” cidade.
Classe no ofício é que não faltava. De boca em boca seu suave nome corria por todos os recantos num extenso raio de muitas léguas. A referência profissional era dada com todas as garantias de que precisavam os aventureiros, à cata de amor mercenário, ou de potente, purulenta, gratuita blenorragia. Não tinha erro! Tudo tão límpido como a consciência dos pais de família que freqüentavam aquele bordel. Outros distintos clientes: policiais, peões de várias procedências daqueles brasis, que provocavam, ou se envolviam em tremendas brigas de facas, foices e de facões, ou mesmo festa animada por estampidos de armas de fogo calibres 38 e outros afins.
Aqueles distantes dias dos anos 50/60 transcorriam na efervescência de uma fermentação político-social, mas a máxima estava valendo: faça amor não faça guerra. E a delicada rapariga continuava na luta pelo seu pé-de-meia. Tinha seu homem que amava de verdade. Um rapaz negro, cujo pai estava, sempre, por perto, como a garantir posse do filho “gigolô”, com muita honra. Ela estava ali,, não porque gostasse. Talvez, viesse de boa família, conhecida da redondeza, e que dela tivesse vergonha.
Passou o tempo, e, há mais ou menos 15 anos, depois, foi vista com seu marido, o gigolô de outrora, e uma récua de meninos sararás, conduzidos pelas mãos de ambos na Estação Rodoviária da Capital.
Já idosa e acabada, a gentil e honrada “professora” de muitos dos garotos daquelas regiões, realizara o sonho de ser uma dona de casa, boa mãe de família. Todos, dela, ainda, se lembram!
Brasília, 13/04/10