Cinema & Saudade
Belvedere Bruno
Lembro-me, saudosa, de um tempo ainda recente. Semanalmente, assistia a dois filmes pelo menos, pois havia vários cinemas no bairro de Icaraí. Estava sempre em dia com os lançamentos e, assim , podia conversar fluentemente sobre a Sétima Arte. Em tempo de Oscar, fazia minha listagem dos prováveis vencedores. Segurança máxima nas opiniões. Subitamente, um cinema fechou, e logo outros. .. Restou um, o Cinema Icaraí, que fora tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal. Para nossa perplexidade, acabou fechando as portas também. Diziam que o retorno na bilheteria não compensava e que havia o projeto de transformá-lo em três salas de exibição. Aguardavam apenas o parecer das autoridades competentes para início das obras. O tempo foi passando e nada acontecia.
Eis que surgem rumores de que um grande empreendimento imobiliário tomaria conta do lugar. Mas como? Um novo projeto anularia o tombamento?
Deixei de ser cinéfila, pois me tiraram o direito de freqüentar cinemas de bairro com a facilidade que ofereciam. A centralização dos cinemas em shoppings fora do bairro tirou aquele gostinho da caminhada descontraída, me fez programar o que antes era espontâneo. Cinema ali na esquina, à tardinha, ou depois do almoço. Que saudade!
Fico pensando qual será o futuro desse cinema ... A cada semana surge uma notícia diferente: será transformado em várias salas, em um edifício, em restaurante, igreja...
Espero que não sejamos, mais uma vez, privados do lazer, da cultura; que não tenhamos um cenário desfigurado e parte de nossa história, pulverizada.
Belvedere Bruno
Lembro-me, saudosa, de um tempo ainda recente. Semanalmente, assistia a dois filmes pelo menos, pois havia vários cinemas no bairro de Icaraí. Estava sempre em dia com os lançamentos e, assim , podia conversar fluentemente sobre a Sétima Arte. Em tempo de Oscar, fazia minha listagem dos prováveis vencedores. Segurança máxima nas opiniões. Subitamente, um cinema fechou, e logo outros. .. Restou um, o Cinema Icaraí, que fora tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal. Para nossa perplexidade, acabou fechando as portas também. Diziam que o retorno na bilheteria não compensava e que havia o projeto de transformá-lo em três salas de exibição. Aguardavam apenas o parecer das autoridades competentes para início das obras. O tempo foi passando e nada acontecia.
Eis que surgem rumores de que um grande empreendimento imobiliário tomaria conta do lugar. Mas como? Um novo projeto anularia o tombamento?
Deixei de ser cinéfila, pois me tiraram o direito de freqüentar cinemas de bairro com a facilidade que ofereciam. A centralização dos cinemas em shoppings fora do bairro tirou aquele gostinho da caminhada descontraída, me fez programar o que antes era espontâneo. Cinema ali na esquina, à tardinha, ou depois do almoço. Que saudade!
Fico pensando qual será o futuro desse cinema ... A cada semana surge uma notícia diferente: será transformado em várias salas, em um edifício, em restaurante, igreja...
Espero que não sejamos, mais uma vez, privados do lazer, da cultura; que não tenhamos um cenário desfigurado e parte de nossa história, pulverizada.