Refinando o sal
Águida Hettwer
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Num tempo de gestação de valores, difícil rotular verdades absolutas.  Buscamos combater os males do mundo, fome, miséria, destruições oriundas da natureza, violência desenfreada. Entretanto a miséria afetiva cerca-nos até o ultimo fio de cabelo. Leva-nos a crer que as ações sem proveito próprio andam escassas. Onde a própria mente é a arena dos conflitos.
     
   O medo assola até aqueles que se julgam preparados. Não há aprofundamento nas relações, porque tirar a máscara nos depara com a triste realidade. Sofrimento, dor, angustia e situações mal resolvidas. Forçamos um riso, para disfarçar, nos policiamos para parecermos felizes diante dos outros. Criamos barreiras no campo afetivo e nos relacionamentos, onde inconscientemente, protegemos a ferida que sangra e dói.
 
 Aprendemos a podar os espinhos, fazer novas mudas, adubar a terra, lançando sementes aos campos, onde a vida floresce a nossa frente. Refinando o sal de cada lágrima caída, adoçando com mel os gestos. Usando da inteligência para vencer seus limites.
 
 Pactua com amor, em todas as etapas da vida, mesmo que lhe seja o reflexo do impressionismo de uma tela pintada de Van Gogh. E em algum momento lhe parece esdrúxulo e exótico. -Persevera!
 
 
 Bendito seja o riso, que não empobrece o espírito. Vivencia os dias de azul sonhares.
 
   
 
 
                                                                                                                13.04.2010